MISTÉRIO: PENSKE INVESTIGA PROBLEMA COM CINTO DE SEGURANÇA EM LONG BEACH

Foto: Reprodução FOX SPORTS

  • Léo "Rock" Alves
  • 16 de abril de 2025

Cinto solto e mistério no ar: Penske investiga problema com Newgarden em Long Beach

Equipe descarta relação com caso semelhante de Will Power em Nashville 2024 e aponta possível contato acidental no volante como causa do incidente.

O abandono de Josef Newgarden no GP de Long Beach, realizado no último domingo (13 de abril de 2025), ainda repercute nos bastidores da Fórmula Indy. Durante a transmissão ao vivo nos EUA pela FOX e no Brasil pela TV Cultura, ESPN4 e Disney+, o norte-americano da Penske surpreendeu ao ir duas vezes aos boxes para lidar com um problema incomum: o afrouxamento completo do seu cinto de segurança. Após a segunda parada, o carro nº 2 foi recolhido à garagem, encerrando precocemente a participação do atual vencedor das 500 Milhas de Indianápolis.

A princípio, muitos acreditaram que se tratava de um caso semelhante ao que afetou seu companheiro de equipe Will Power no final da temporada passada, em Nashville, quando o australiano também teve que parar duas vezes para reconectar a cinta abdominal do cinto de seis pontos da marca Schroth. Mas segundo explicou Ron Ruzewski, diretor-geral da Penske na IndyCar, as situações não estão relacionadas.

“No momento, parece que são dois cenários diferentes,” disse Ruzewski à RACER em matéria publicada nesta quarta-feira (16 de abril). “Em Nashville, entendemos que havia detritos no mecanismo de travamento. Já os cintos que o Josef usa são da Simpson, não da Schroth. A melhor explicação que temos até agora é que, com o novo volante de maior diâmetro e uma posição de pilotagem ligeiramente diferente, ele acabou batendo na fivela na curva 11. Simples assim. É nisso que ele acredita.”

Segundo o dirigente, todos os cintos se soltaram — os dois de ombro, os dois abdominais e os dois anti-submarino —, algo incomum e que sugere que o problema pode ter sido causado por um contato acidental com a alavanca de liberação, localizada sobre a fivela. Essa alavanca é girada como o trinco de uma porta para soltar os cintos — e, em uma categoria com espaço tão restrito como a Indy, um movimento brusco de braço ou cotovelo pode gerar um problema de segurança grave.

Ainda assim, o mistério permanece: por que isso teria ocorrido apenas no meio da corrida, e não nas dezenas de passagens pela mesma curva durante os treinos de sexta, sábado ou no warm-up de domingo?

“Nada óbvio foi detectado. O cinto subiu um pouco na cintura dele por conta da posição diferente no banco. Mas o fato de todos se soltarem, ao contrário do que houve com o Will, aponta que não foi um defeito do fecho, mas sim um acionamento involuntário da alavanca de liberação,” completou Ruzewski.

A Penske trabalha agora ao lado da IndyCar e dos fabricantes para evitar que o incidente se repita. Um novo desenho para o mecanismo de travamento ou uma proteção adicional na região da fivela podem ser as soluções.

“Vamos ser proativos com a IndyCar e com a nossa própria equipe. Precisamos ver quais são as opções para evitar isso no futuro,” concluiu Ruzewski.

Em uma categoria que exige máxima segurança e onde os detalhes fazem toda a diferença, o episódio acende um alerta: até os equipamentos mais básicos, como o cinto de segurança, podem ser afetados por mudanças sutis no carro — e custar caro em um dia de corrida.

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