Foto: Penske Entertainment: Joe Skibinski
Indy Test Day: Will Power se emociona, híbrido divide opiniões e motores ganham potência
Primeiro dia de testes em Indianápolis reforça clima especial da Indy 500 e antecipa mudanças importantes no caminho até o pole day
Não tem jeito: quando o mês de maio se aproxima, Indianápolis vira um mundo à parte. E mesmo com a chuva de dados, mudanças técnicas e novidades no regulamento, o lado emocional ainda fala mais alto. Will Power que o diga.
O campeão das 500 Milhas de 2018 e recordista de poles da Fórmula Indy foi direto ao ponto no primeiro dia do Open Test, nesta quarta-feira (23):
“Não tem nada igual. É um sentimento que não dá pra explicar”, disse Power. “Ontem fui ao museu renovado aqui do autódromo e vi a exposição ‘Starting Line Experience’. Arrepiou. Flyover, hino, ‘Back Home Again in Indiana’… Não existe evento como esse.”
Será a 18ª participação do australiano na Indy 500 — e talvez a que ele mais valoriza:
“Quanto mais tempo passa, mais você entende o quanto isso é grande. Ganhar essa corrida é um dos momentos mais inesquecíveis da vida.”
Carro de corrida mesmo? Sim, senhor.
Team Penske resolveu ousar neste ano. Em vez de usar carros “reserva” nos testes, como era praxe para evitar danos aos modelos de corrida, os três pilotos da equipe estão rodando com os mesmos carros que vão alinhar no grid de 25 de maio.
Josef Newgarden, por exemplo, testou nesta quarta-feira o carro com o qual tentará a histórica terceira vitória consecutiva.
“O carro do ano passado foi de uma corrida só. Queremos repetir isso”, disse ele com um sorriso.
Já Scott McLaughlin usou exatamente o mesmo Penske #3 com o qual fez a pole em 2024, com média de 234.220 mph — a mais rápida da história da prova.
Híbrido: novidade que pesa
O teste também marcou o primeiro grande ensaio com o novo sistema híbrido em Indianápolis. A adição de peso na parte traseira do carro está dividindo opiniões.
Christian Lundgaard, da Arrow McLaren, ainda tenta entender as diferenças. Ele foi um dos poucos pilotos que já rodaram com híbrido aqui, no teste de outubro.
“O carro está bom, está rápido. E a gente vem embalado. Seja qual for a pista, estamos em uma boa fase”, disse.
Alexander Rossi, por outro lado, lamentou um pouco a perda do “mistério” da Fast Friday, já que o ganho de potência será simulado já nesta quinta:
“Entendo o motivo, é a decisão certa. Mas acho uma pena perder a antecipação daquela sexta-feira especial.”
Quinta-feira será quente — nos motores
A grande novidade para este ano é que, nesta quinta-feira (24), a Fórmula Indy vai simular os níveis de potência da Fast Friday já agora em abril. A ideia é antecipar o impacto do híbrido com mais potência nas retas e menos pressão aerodinâmica.
“Ninguém vai tentar quebrar recorde agora, não tem por quê”, disse Conor Daly. “Abril não é mês de ganhar dinheiro.”
Mas a simulação ajudará a Honda e a Chevrolet a ajustar os mapas de motor para os dias de classificação (17 e 18 de maio). Graham Rahal foi direto:
“Se esperar pra testar na Fast Friday, já vai ser tarde demais.”
O clima é esse: um mix de emoção, respeito e tecnologia
No fundo, o que o teste mostrou — além da importância do museu para Will Power — é que a Indy 500 continua sendo uma prova mágica, mesmo em tempos de carros híbridos, simuladores, engenharia avançada e pole positions em 234 milhas por hora.
O que vem a seguir? Muito trabalho, muitas voltas e uma certeza: May is coming.
Transmissões no Brasil: TV Cultura, ESPN4 e Disney+.