A Rahal Letterman Lanigan Racing abriu um processo judicial no Condado de Marion, em Indiana, contra as empresas ligadas à marca 5-hour ENERGY, que patrocinou o carro nº 30 da equipe na temporada 2024 da Fórmula Indy, conduzido por Pietro Fittipaldi.
O documento, intitulado “Complaint and Demand for Jury” (queixa com pedido de julgamento por júri), mira quatro empresas: Bridge Media Networks, LLC (BMN); Innovation Ventures, LLC (IV); Living Essentials, LLC; e International IP Holdings, LLC. Todas têm relação com o acordo de patrocínio firmado com a RLL.
Grande parte do processo está fortemente redigida (censurada), dificultando a compreensão total dos detalhes. Ainda assim, o texto disponível revela que a equipe acredita ter direito a algum tipo de pagamento ou retorno financeiro proveniente de um canal de televisão controlado pela BMN/IV.
Segundo a queixa:
“De acordo com o contrato e com as tratativas comerciais, a RLL colocou a marca Five Hour Energy em posição de destaque no carro da equipe. Em troca, BMN e IV concordaram em [Censurado]. Ao assinar o MSA original, BMN e IV representaram que [Censurado]. Na realidade, eles [Censurado]. Todos os réus sabiam [Censurado] antes da assinatura do MSA. Todos os réus ocultaram o fato de que [Censurado].”
O processo sugere que a forma de pagamento — possivelmente via venda de anúncios ou outro mecanismo ligado ao canal — teria ficado inviabilizada porque a emissora foi encerrada.
O documento cita que, em 2 de agosto de 2024, as estações e redes de TV envolvidas teriam sido “desligadas”, com executivos afirmando publicamente que “ninguém estava assistindo aos canais”. Toda a equipe — cerca de 80 funcionários — foi demitida, e as plataformas de streaming também foram retiradas do ar dias depois. Segundo o processo, o encerramento foi permanente.
A RLL afirma que o MSA foi firmado mesmo enquanto os réus supostamente já planejavam encerrar as operações do canal, o que inviabilizaria o cumprimento do contrato desde o início.
O processo cita ainda declarações do fundador da 5-hour ENERGY:
“A falta de audiência dedicada foi a razão do encerramento das operações. Acreditávamos que as pessoas gostariam de assistir a um canal de notícias limpo e sem vieses, mas estávamos errados… Sem uma grande audiência, não podíamos continuar perdendo dinheiro.”
Segundo a queixa, o fundador teria encerrado as operações de maneira “incomum”, desligando tudo imediatamente, sem buscar comprador ou investidores — e com total ciência de todos os réus envolvidos.
O MSA original, que valia até o fim de 2024, foi posteriormente modificado e prorrogado até o final de 2025 — um ponto mencionado diversas vezes no processo.
Na parte final, a RLL reforça que o contrato era válido e que cumpriu integralmente sua parte, enquanto BMN/IV teriam descumprido o acordo:
“A RLL sofreu danos pelo descumprimento. A equipe precisou recorrer à Justiça para fazer valer o contrato e incorreu em honorários advocatícios e custos para isso.”
A equipe acusa BMN/IV de condutas como:
- “evasão do espírito do acordo”;
- falta de diligência;
- performance imperfeita;
- abuso de poder para modificar termos;
- e interferência no cumprimento da outra parte.
A RLL pede que a Justiça:
- determine a responsabilidade dos réus;
- conceda danos compensatórios;
- estabeleça restituição;
- obrigue os réus a devolver ganhos indevidos;
- cubra honorários e custos legais;
- e conceda qualquer outro alívio considerado adequado.
No pedido final, a equipe solicita que o tribunal faça cumprir o contrato, obrigando BMN/IV a pagar o que for devido — ou, alternativamente, que invalide o MSA, o que abriria portas para outras estratégias legais visando o ressarcimento.
Procurada pela RACER, a RLL se limitou a dizer:
“Não comentamos litígios em andamento.”
Fonte: Marshall Pruett – Racer

