IINDY TERA NOVA ESTRUTURA DE ARBITRAGEM INDEPENDENTE A PARTIR DE 2026

  • Leonardo Alves
  • 11 de dezembro de 2025

A INDYCAR confirmou nesta quinta-feira (11 de dezembro de 2025) um dos maiores rearranjos institucionais da categoria em décadas: a implementação de um sistema de arbitragem totalmente independente para as temporadas 2026 da Fórmula Indy e da INDY NXT by Firestone. A iniciativa materializa a criação da INDYCAR Officiating Inc., uma organização sem fins lucrativos responsável por comandar, supervisionar e aplicar as regras esportivas e técnicas de forma autônoma.

O novo organismo será comandado pelo Independent Officiating Board (IOB), um conselho de três membros — dois eleitos pelos donos das equipes e um indicado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Esse conselho terá poder pleno para definir o orçamento anual, selecionar o Managing Director of Officiating (MDO) e estabelecer toda a operação de direção de prova e inspeção técnica, sem qualquer ligação hierárquica com a INDYCAR ou com a Penske Entertainment.

Os dois nomes escolhidos pelos proprietários das equipes são referências globais do automobilismo:

Ray Evernham – Um dos personagens mais influentes da história recente da NASCAR, três vezes campeão como chefe de equipe de Jeff Gordon e responsável pelo retorno da Dodge à categoria como dono da Evernham Motorsports. Evernham também se consolidou como analista, produtor e consultor.

Raj Nair – Executivo com três décadas de experiência na indústria e no esporte a motor, com passagens decisivas pela Singer Group, Multimatic e sobretudo pela Ford. Como diretor técnico global da montadora, comandou todos os programas esportivos da marca, incluindo NASCAR, IMSA e FIA WEC. Também foi presidente da Ford na América do Norte entre 2017 e 2018.

O nome indicado pela FIA para compor o conselho é igualmente robusto:

Ronan Morgan – Um dos mais experientes oficiais da entidade, com mais de 50 anos no automobilismo global. Foi presidente dos comissários de mais de 100 provas internacionais, atuou como gerente esportivo do GP de Abu Dhabi entre 2009 e 2021, preside a Comissão de Pilotos da FIA e integra o World Motor Sport Council, além de atuar como conselheiro do presidente da entidade.

A participação da FIA, porém, será limitada exclusivamente à indicação desse membro — reforçando que o processo terá, na prática, autonomia plena para decidir seus rumos.

O novo diretor-geral de arbitragem se reportará somente ao IOB e terá autoridade total para contratar os profissionais de Race Control, liderar inspeções técnicas e aplicar rigorosamente os regulamentos estabelecidos pela INDYCAR.

As declarações oficiais deixam claro o peso desse movimento:

J. Douglas Boles, presidente da INDYCAR, afirmou: “Temos mantido o compromisso com a arbitragem independente para 2026, e estamos satisfeitos em anunciar este próximo passo. Os proprietários das equipes e a FIA selecionaram um conselho de classe mundial, com conhecimento e uma paixão intensa pelo automobilismo e pelas corridas da Indy.”

Chip Ganassi, dono da Chip Ganassi Racing, destacou a profundidade do processo: “Foi um processo criterioso. Estou confiante no conselho independente eleito pelos donos das equipes. Agora, aguardamos o próximo passo, que será a escolha do diretor-geral.”

Mark Miles, presidente e CEO da Penske Entertainment Corp., reforçou a autonomia do modelo: “Estamos animados com essa nova estrutura e sabemos que o conselho conduzirá o processo com diligência e responsabilidade. Eles trabalharão de forma independente para contratar a pessoa certa para liderar esta missão em 2026.”

Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, tratou a parceria como uma união de forças: “A expertise independente da FIA em supervisão esportiva, combinada com a inovação e o espírito competitivo da Indy, apoia o crescimento contínuo da categoria.”

Dan Towriss, CEO da TWG Motorsports, completou: “A direção é positiva. Os donos das equipes escolheram dois excelentes nomes, e a presença do indicado da FIA adiciona outra camada de experiência e qualidade.”

O anúncio do novo diretor-geral e de detalhes adicionais está previsto para o início de 2026. No Brasil, as transmissões seguem a cargo da TV Bandeirantes (Band), ESPN4 e Disney+, que acompanharão de perto essa nova fase da categoria.

A Indy precisava desse movimento. A discussão sobre transparência, consistência e independência de suas decisões esportivas não é nova — e cresce à medida que a tecnologia avança e a competitividade fica ainda mais apertada. Ao criar uma entidade autônoma, com profissionais de fora da estrutura corporativa da Penske Entertainment, a categoria tenta construir uma muralha entre os interesses comerciais e a integridade esportiva. É uma aposta ousada, que exige competência e firmeza na escolha do novo diretor-geral. Se tudo funcionar como planejado, 2026 pode inaugurar uma Indy mais clara, mais forte e mais segura de si.

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