Foto: Penske Entertainment: Karl Zemlin
Dreyer & Reinbold não quer só mais uma entrada em Indianápolis; alvo é programa ampliado e o novo carro de 2028.
A Dreyer & Reinbold Racing (DRR), uma das equipes mais respeitadas e temidas nas 500 Milhas de Indianápolis, está com planos ambiciosos que vão muito além do Brickyard. Segundo reportagem de Marshall Pruett para a RACER, Dennis Reinbold e seus sócios trabalham silenciosamente para expandir sua atuação na Fórmula Indy, visando um retorno gradual a um calendário mais amplo, possivelmente já a partir de 2026.
A história da DRR é um misto de tradição e adaptação. Competidora de tempo integral entre 2000 e 2012, a equipe viu seus planos serem frustados por questões financeiras em 2013. Desde então, adotou uma estratégia focada e bem-sucedida: ser uma potência em um único evento, o maior de todos. Em Indianápolis, eles não são meros participantes; são concorrentes de alto nível, como provou o quase triunfo com Ryan Hunter-Reay na última edição da prova.
No entanto, o desejo de voltar com tudo nunca se apagou. Reinbold revela que a janela de oportunidade, que parecia fechada, agora está aberta. “Sempre tive interesse em voltar, mas não tinha um caminho claro como temos agora”, disse à RACER. Um retorno parcial em 2020 foi abortado pela pandemia, mas serviu de catalisador. O plano atual é meticuloso: estabelecer um programa de corridas seletivas, buscar investimentos externos e estar plenamente estruturado e competitivo para a grande revolução de 2028 – a chegada do novo chassis IR28.
“Não queremos fazer isso apenas para aparecer nas corridas“, enfatiza Reinbold. “Queremos fazer isso para competir por vitórias e campeonatos… É por isso que focamos em Indianápolis da maneira certa. Acreditamos que podemos agregar muita qualidade.” A filosofia é clara: qualidade acima de tudo. E isso torna a perspectiva de vê-los em mais etapas algo excitante para qualquer fã.
O piloto Conor Daly, com seu sólido apoio de patrocinadores interessados em corridas no Oeste dos EUA, surge como um nome natural para compor esse projeto expansionista. Enquanto isso, a equipe já confirmou Jack Harvey para um de seus dois carros em Indianápolis 2026, deixando o segundo assento como a base lógica para essa campanha ampliada.
Aqui, a narrativa encontra um ponto técnico fascinante. Com o sistema de charters limitando o grid a 27 caros nas corridas padrão (exceto em Indianápolis), uma entrada extra da DRR criaria um drama qualificatório adicional. Em ovais, seria uma batalha por tempo puro. Em circuitos de rua e estrada, entraria em cena a emocionante “Last Chance Qualification” (LCQ), uma sessão eliminatória onde apenas os dois mais rápidos entre os non-charters avançariam para a qualificação principal. Para o fã que acompanha pela TV Bandeirantes (Band), Disney+ e ESPN4, isso significa mais tensão, mais história e mais motivos para não perder um único minuto das sessões de sábado.
Opinião: Mais do que Números, um Sinal de Vitalidade
A movimentação da Dreyer & Reinbold vai além de simplesmente aumentar o número de carros no grid. Ela é um voto de confiança no futuro da categoria em um momento crucial, às vésperas de uma mudança geracional técnica. Reinbold não está apenas buscando voltar; ele está se posicionando estrategicamente para ser um protagonista na nova era que se inicia em 2028. Essa visão de longo prazo, aliada à competência operacional que a equipe demonstra anualmente em maio, é exatamente o tipo de iniciativa que a Fórmula Indy precisa.
Ver uma equipe com o pedigree e a seriedade da DRR planejar um retorno progressivo, com o objetivo claro de competir no topo, é um sopro de otimismo. Sugere que, apesar dos desafios, o ecossistema da categoria ainda atrai investidores e empreendedores apaixonados. Se o plano se concretizar, não ganha apenas a equipe ou seus pilotos. Ganha o espetáculo, ganha a competição e, principalmente, ganhamos nós, fãs, que teremos mais uma equipe legítima para torcer. O futuro do grid parece estar ficando mais interessante.

