Foto: Mundo Indy
Emissora do Morumbi aposta em tradição, renovação e identidade com o público brasileiro
A Fórmula Indy está oficialmente de volta à Band em 2026 — e não apenas como mais um produto esportivo na grade, mas como um resgate simbólico de uma relação histórica entre a categoria e a televisão brasileira. A emissora apresentou sua equipe de transmissão para a nova fase da Indy no país, reunindo nomes que carregam experiência, memória afetiva e profundo conhecimento técnico, em uma formação que busca equilibrar renovação e tradição.
A narração ficará a cargo de Geferson Kern, que assume definitivamente o posto de voz principal da Fórmula Indy na TV aberta. Sua trajetória ajuda a explicar por que o anúncio foi recebido com entusiasmo por parte do público. Kern é a voz da categoria desde 2021 pela TV Cultura e construiu sua reputação com uma narração envolvente, precisa e conectada ao fã. Atualmente, também atua em transmissões do Endurance Brasil, GPTV, Brasileirão voltado ao público internacional, além de jogos de futebol na Paramount+, sem deixar de lado provas de arrancada e outras grandes provas de categorias do automobilismo nacional e internacional.
Formado em Jornalismo desde 2018, Geferson iniciou a carreira como colunista musical na Folha do Mate, mas logo migrou para o rádio, na Rádio Venâncio Aires (RVA), onde passou a atuar como repórter e narrador esportivo. Aos poucos, direcionou sua atuação exclusivamente ao esporte a motor. A paixão vem da infância: ainda aos cinco anos, acompanhava Fórmula 1, Fórmula Indy e Stock Car, criando uma ligação afetiva que hoje se traduz em narrativa e emoção no microfone. Em 2021, ele chegou à televisão aberta, justamente para narrar a Fórmula Indy, e agora consolida esse caminho com a volta da categoria à Band.
Nos comentários, a emissora aposta em um trio de peso e com histórias profundamente ligadas à própria Indy no Brasil. Felipe Giaffone é um deles. Ex-piloto da categoria entre 2001 e 2006, ainda nos tempos da IRL, Giaffone conhece a Indy por dentro e por fora. Após encerrar a carreira internacional, tornou-se uma das principais vozes da categoria na televisão brasileira, comentando corridas entre 2009 e 2018 na própria Band, antes de migrar para outros projetos. Desde 2021, integra novamente o grupo Bandeirantes, conciliando o trabalho na TV e YouTube com a vida de piloto da Copa Truck, o que gera conflitos de agenda — situação que abre espaço para revezamentos ao longo da temporada.
Esse espaço é ocupado por Max Wilson, outro nome de forte ligação histórica com a Indy. O ex-piloto estreou na categoria em 2001, pela CART, defendendo a equipe Arciero Walker Racing. Ao longo da temporada, somou 15 pontos em 15 etapas, com destaque para o quarto lugar em Portland, seu melhor resultado. Também viveu de perto momentos marcantes daquele período conturbado, como o cancelamento da prova do Texas por questões médicas e a retirada da etapa do Rio de Janeiro do calendário. Hoje, Max é reconhecido como um dos comentaristas mais técnicos do país, capaz de traduzir conceitos complexos de forma clara e acessível.
Outro membro do time Tiago Mendonça, jornalista especializado em automobilismo e figura recorrente nas transmissões da Band desde 2015. Ao longo da carreira, passou pela Jovem Pan, participou como convidado do Linha de Chegada, no SporTV, integrou a equipe da RedeTV! no NASCAR Show e no Auto+, além de manter atuação independente como comunicador. Desde 2021, voltou ao Grupo Bandeirantes, comentando diferentes categorias do esporte a motor. Tiago também é autor da biografia de Ingo Hoffmann, maior campeão da história da Stock Car, e mantém o canal Pr1meiro Stint, voltado à análise técnica e histórica do automobilismo. Sua familiaridade com a Fórmula Indy inclui participações diretas nas transmissões da própria Band entre 2015 e 2018 — o que reforça a sensação de “volta às origens”.
E para completar o time, com participações mais que especiais, um nome que dispensa apresentações: Reginaldo Leme. Referência absoluta do jornalismo automobilístico mundial, ele fará sua estréia no universo da Indy na Band como presença especial. Sua trajetória atravessa mais de cinco décadas, desde os tempos de repórter no Estado de S. Paulo, passando pela cobertura histórica da Fórmula 1, Copas do Mundo e Olimpíadas, até se tornar a principal voz analítica do automobilismo nacional.
Foi Reginaldo quem revelou ao mundo o escândalo do Crashgate em 2009, quem acompanhou de perto a ascensão de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Ayrton Senna e tantos outros, e quem ajudou a formar gerações de fãs com programas como Sinal Verde e Linha de Chegada. Após deixar o grupo Globo em 2019, integrou a Band a partir de 2021, participando das transmissões da Stock Car e da Fórmula 1. Sua presença associada à Fórmula Indy reforça o peso histórico e simbólico do projeto.
A revelação da equipe para 2026 mostra que a Band aposta não apenas em transmitir corridas, mas em contar histórias, recuperar vínculos afetivos e reposicionar a Fórmula Indy como um produto forte no imaginário do público brasileiro. A combinação entre uma nova voz consolidada, comentaristas experientes e ícones do jornalismo esportivo cria uma ponte entre passado, presente e futuro.
“De volta à casa da velocidade”, a Fórmula Indy promete acelerar novamente na TV aberta, trazendo disputas a mais de 300 km/h, tradição, contexto e emoção. Em 2026, a Band não apenas exibe corridas — ela reacende uma história que sempre teve lugar cativo na memória do fã brasileiro.
