ANDRETTI APOSTA EM “PRATAS DA CASA” E REORGANIZAÇÃO INTERNA PARA A PROXIMA TEMPORADA.

Foto: Penske Entertainment - Joe Skibinski

  • Leonardo Alves
  • 26 de dezembro de 2025
  • 12:33

Rob Edwards aposta em solução caseira e redefine engenheiros de corrida para 2026 com Andy Listes no carro nº 26 de Will Power.

A Andretti Global começou a desenhar com mais clareza sua estrutura técnica para a temporada 2026 da Fórmula Indy, e as decisões revelam um movimento claro: apostar em continuidade, experiência interna e nomes já testados dentro do próprio ecossistema da equipe. A principal novidade envolve justamente o carro nº 26, que passa a ser comandado por Will Power e terá como engenheiro de corrida o veterano Andy Listes, figura conhecida nos bastidores da organização.

Do ponto de vista dos pilotos, dois terços do elenco titular de 2025 permanecem. Kyle Kirkwood segue no Honda27 após terminar o campeonato em quarto lugar, enquanto Marcus Ericsson continua no nº 28 depois de uma temporada difícil, encerrada apenas na 20ª posição. Já o nº 26 muda completamente de perfil: depois de ser conduzido por Colton Herta — que encerrou o ano em sétimo e agora segue rumo à Fórmula 2 —, o carro passa às mãos de Will Power, que deixa a Penske após fechar 2025 como o melhor piloto da equipe, em nono no campeonato, guiando o Chevrolet12.

Apesar da troca de piloto, a Andretti optou por manter estabilidade na chefia de equipe. Segundo o chefe de operações da organização(COO), Rob Edwards, os três chefes de equipe seguem os mesmos: Nick Allen permanece no carro 26, Scott Marks continua responsável pelo 27, e Neil Campbell segue à frente do 28.

“Nick Allen vai continuar no 26, Scott Marks no 27 e Neil Campbell no 28”, afirmou Edwards em entrevista à RACER, reforçando que a estrutura básica foi preservada.

A mudança mais relevante aparece na engenharia de corrida. Will Power trabalhará diretamente com Andy Listes, que retorna ao programa da Fórmula Indy após uma passagem recente de enorme sucesso pela Indy NXT. Listes foi o engenheiro responsável por conduzir Dennis Hauger ao título da temporada 2025 da categoria de acesso, também pela Andretti. Ele substitui Nathan O’Rourke, nome fortemente ligado à trajetória de Colton Herta.

O’Rourke foi engenheiro de corrida de Herta em 115 das 116 provas disputadas pelo piloto na Fórmula Indy, participando diretamente de nove vitórias e 16 poles. Segundo a própria RACER revelou em setembro, ele já buscava há mais de um ano deixar a rotina intensa de viagens e migrar para uma função baseada na fábrica. Esse movimento agora se concretiza: O’Rourke passa a ocupar um cargo não especificado dentro do amplo departamento de engenharia da Andretti.

Rob Edwards fez questão de elogiar a escolha por Listes e explicar o caminho que levou à decisão.

“Andy é incrível, e estou muito feliz que ele tenha aceitado fazer isso”, afirmou. “Ele ganhou o campeonato da NXT nesta última temporada com o Dennis e, a partir disso, surgiu a oportunidade de trabalhar com o Will, então ele será o engenheiro de corrida do senhor Power.”

O dirigente relembrou ainda a longa relação de Listes com o grupo. Antes de atuar na Indy NXT, ele trabalhou na estrutura técnica da Meyer Shank Racing durante o período de aliança com a Andretti, colaborando diretamente com Jack Harvey. Depois, voltou à “família”, como definiu Edwards, para assumir os projetos com Jamie Chadwick e, posteriormente, com Hauger. “Estamos muito empolgados com o que acreditamos que essa combinação entre Will e Andy pode produzir”, completou.

No carro nº 27, Kyle Kirkwood continuará contando com Jeremy Milless como engenheiro de corrida, garantindo total continuidade após uma temporada sólida. Já no nº 28, Marcus Ericsson terá um novo parceiro no pit wall. O sueco, que entra no último ano de contrato com a equipe após dois campeonatos abaixo das expectativas, passa a trabalhar com Ron Barhorst, outro nome experiente dentro da estrutura Andretti.

Barhorst tem longa trajetória tanto na Fórmula Indy quanto na Indy NXT. Assim como Listes, ele havia trabalhado anteriormente na Meyer Shank Racing durante a parceria técnica com a Andretti. Quando essa relação terminou, aceitou atuar temporariamente na Indy NXT. Segundo Edwards, havia um compromisso claro de que surgiria uma nova oportunidade na categoria principal.

“Parte do meu compromisso com ele era que haveria oportunidades na Fórmula Indy no futuro, e fico feliz por termos conseguido cumprir isso”, explicou.

O dirigente destacou ainda que a reorganização foi necessária após a decisão de O’Rourke de deixar a função de engenheiro de pista.

“Tivemos que nos adaptar quando o Nathan decidiu dar esse passo atrás, mas é ótimo ter pessoas talentosas dentro de casa prontas para assumir”, disse. “Ron estava conosco, assim como Andy, e ambos cresceram dentro da equipe. Estamos animados em tê-los como parte do nosso grupo de engenharia para 2026.”

A leitura que fica é clara: a Andretti aposta em estabilidade estrutural, promove talentos formados internamente e busca criar combinações sólidas entre pilotos experientes e engenheiros com histórico vencedor. A dupla Will Power–Andy Listes surge, assim, como uma das apostas mais interessantes do grid para 2026, unindo a vivência de um campeão consolidado com um engenheiro em ascensão, recém-saído de um título na base. Em um cenário cada vez mais competitivo na Fórmula Indy, a engenharia volta a ser tratada como peça-chave para transformar potencial em resultados.

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