Mais Segurança e Menos Despesas, Os Dois Caminhos em Evolução na IndyCar

Foto: Penske Entertainment: Chris Owens

  • Souza
  • 11 de novembro de 2025

Teste secreto em Indianápolis com Rossi e Sato avalia novos freios para 2026 e amortecedores especiais para 2028, em busca de mais segurança e controle de custos.

Enquanto os fãs se preparavam para a off-season, a pista do Indianapolis Motor Speedway foi palco de um teste tão técnico quanto estratégico para o futuro da Fórmula Indy. Alexander Rossi (Ed Carpenter Racing) e Takuma Sato (Rahal Letterman Lanigan Racing), dois vencedores das 500 Milhas, foram os pilotos de prova de uma avaliação que pode mudar componentes fundamentais dos carros no médio e longo prazo.

A primeira e mais iminente novidade são os freios. A categoria quer substituir o conceito atual “tamanho único” por um equipamento específico para ovais já em 2026. A empresa Performance Friction Corporation (PFC) levou um novo modelo de pinça, mais leve, menor e com resposta mais rápida. O problema a ser resolvido é visível: nos últimos anos, muitos pilotos enfrentaram dificuldades para frear de mais de 320 km/h para cerca de 100 km/h na entrada dos pits, após voltas longas sem usar os freios. A reação de Rossi e Sato ao novo conjunto foi “muito, muito positiva”, segundo Mark Sibla, vice-presidente de competição da IndyCar. A expectativa é adotar essa pinça especial para todos os ovais, com um possível ganho adicional: a redução de seis para quatro pistões nas pinças traseiras.

Já a segunda mudança tem um alvo claro: o custo. Os amortecedores são a última grande área de desenvolvimento livre nas suspensões dos carros, o que levou a uma corrida armamentista entre as equipes, com orçamentos de P&D e salários de especialistas atingindo patamares exorbitantes. Cansados dessa despesa, os donos das equipes pressionaram por uma solução mais econômica.

A resposta da categoria foi testar dois modelos de amortecedores especiais (fornecidos pela sueca Ohlins) como uma opção futura para o novo chassi que chegará em 2028. O teste serviu como um primeiro filtro. Um dos modelos foi descartado, enquanto o outro mostrou potencial, mas precisa de ajustes para se aproximar da sensação que os pilotos têm hoje. Foi um “primeiro passo imensamente útil” em um tema espinhoso, que busca equilibrar a equidade técnica com a saúde financeira das equipes.

Para o espectador que acompanha, as mudanças trariam benefícios diretos: freios mais eficientes em Indianápolis significam mais segurança e menos sustos na pit lane. Já a especificação dos amortecedores, se confirmada, pode ajudar a encurtar o grid, tornando as disputas ainda mais acirradas. São evoluções técnicas que, silenciosamente, moldam um campeonato mais seguro, justo e sustentável.

Texto baseado na reportagem de Marshall Pruett para o veículo RACER.

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