A IndyCar volta nesta semana a um velho conhecido do calendário. O Phoenix Raceway, oval de uma milha localizado em Avondale, no Arizona, receberá testes oficiais da categoria e da Firestone nesta quinta e sexta-feira (9 e 10), como preparação para o retorno da pista ao calendário em 2026, marcado para o dia 7 de março.
Os trabalhos de pista terão dois pilotos experientes e com histórico no circuito: Scott Dixon, da Chip Ganassi Racing, vencedor da edição de 2016, e Alexander Rossi, hoje na Ed Carpenter Racing, que subiu ao pódio em 2019 quando ainda corria pela Andretti. Dixon pilotará o carro nº 9 da Ganassi, equipado com motor Honda, enquanto Rossi estará no nº 20 da ECR, com Chevrolet.
Um retorno aguardado
O evento de 2026 acontecerá em conjunto com a etapa da NASCAR, que usa Phoenix como palco da decisão de seus campeonatos desde 2020. A última passagem da IndyCar pelo circuito ocorreu entre 2016 e 2018, período em que tanto os carros quanto o traçado eram bem diferentes dos atuais.
A corrida final da categoria em Phoenix aconteceu em 7 de abril de 2018, com Sebastien Bourdais na pole e Josef Newgarden levando a vitória. Pouco depois, o autódromo passou por uma grande reforma: o infield foi demolido, o asfalto foi totalmente refeito e as curvas foram renumeradas, transformando a antiga curva 3 na nova curva 1.
O trabalho também criou o famoso “Dogleg”, um trecho abaixo do banking da curva 4 onde os carros da NASCAR podem cortar a linha amarela e adotar trajetórias mais baixas. O mesmo vale para o trecho interno das curvas 1 e 2, onde os pilotos da categoria norte-americana de turismo também têm permissão para andar no plano inferior da pista.
Para a IndyCar, no entanto, a situação é diferente. Por conta da menor altura do assoalho e do risco de toque forte entre o chassi e o piso nas transições de inclinação, Dixon e Rossi deverão permanecer acima da linha amarela, utilizando o traçado tradicional ao longo dos testes.
Desafio técnico para Firestone e equipes
Os Dallara DW12 dos carros nº 9 e nº 20 representarão um importante desafio técnico tanto para a categoria quanto para a Firestone, responsável pelos pneus.
Nos anos de 2016 e 2017, quando a IndyCar usava os kits aerodinâmicos personalizados de Chevrolet e Honda, o oval do Arizona foi dominado pela Chevy, que venceu com Dixon em 2016 e Simon Pagenaud em 2017 graças ao acerto do pacote de alta carga aerodinâmica para circuitos curtos.
Em 2018, a categoria introduziu o aerokit universal, que segue em uso até hoje — mas o carro evoluiu profundamente desde então. O DW12 ganhou mais de 150 libras (cerca de 68 kg) desde aquele ano, em especial com a chegada do aeroscreen em 2020 e do sistema híbrido de recuperação de energia em 2024.
Essa combinação faz com que o atual carro seja o mais pesado IndyCar a rodar em Phoenix desde a primeira corrida realizada no circuito, em 1964.
Apesar do recapeamento relativamente recente, o baixo grau de inclinação e o desgaste natural do asfalto devem gerar alta degradação dos pneus, o que será um ponto-chave a ser avaliado nesta semana. A programação prevê stints curtos na quinta-feira e simulações mais longas na sexta, com diferentes configurações de downforce sendo testadas para encontrar o equilíbrio ideal.
Próximos passos até março
Um segundo teste em Phoenix está previsto para janeiro de 2026, quando as informações coletadas agora serão aplicadas no desenvolvimento dos acertos finais de carro e pneus para a corrida de abertura da temporada.
A expectativa é de que o retorno ao oval do Arizona ofereça um desafio técnico inédito, combinando pouco banking, condições abrasivas e carros mais pesados e potentes do que nunca.
O reencontro de Phoenix com a IndyCar, após oito anos de ausência, promete marcar o início de um ano de grandes mudanças técnicas e estratégicas para a categoria — e, para pilotos como Dixon e Rossi, representa uma chance de revisitar uma das pistas mais desafiadoras da história recente da IndyCar.
Fonte: Marshall Pruett/Racer.com