Foto: Penske Entertainment: Joe Skibinski
Em uma mudança histórica, a categoria anuncia a criação de um conselho autônomo de fiscalização para eliminar qualquer conflito de interesse.
A partir de 2026, a Fórmula Indy terá uma nova autoridade máxima nas pistas. Após meses de avaliação, a Penske Entertainment decidiu não terceirizar o serviço de fiscalização e, em vez disso, criará um conselho independente de três membros que assumirá o comando total do Race Control e da inspeção técnica. A medida é a resposta mais concreta já tomada para eliminar a percepção de conflito de interesse, uma vez que o dono da categoria, Roger Penske, também é dono da equipe Team Penske, que compete no grid.
A decisão surge após um período conturbado. Em maio de 2025, a Team Penske foi penalizada por usar componentes ilegais nas 500 Milhas de Indianápolis, o que intensificou um debate que já existia desde a compra da categoria por Penske em 2020. A criação deste tribunal autônomo é, portanto, um movimento para restaurar a integridade esportiva e a confiança das outras equipes.
O novo modelo manterá a estrutura operacional familiar aos fãs: ainda haverá um diretor de corrida e uma equipe técnica atuando no dia a dia. A grande mudança está na cadeia de comando. Esses profissionais não reportarão mais aos executivos da IndyCar, mas sim a um administrador-chefe, que, por sua vez, responderá ao conselho independente. O objetivo, como explicou o presidente da IndyCar, Doug Boles, é garantir que a fiscalização seja “claramente independente de qualquer influência” da propriedade da categoria.
Embora a Penske Entertainment continue bancando todos os custos, a gestão dos fiscais será totalmente separada. Os três membros do conselho ainda não foram escolhidos, mas sua missão será assegurar que as regras do jogo sejam aplicadas de forma igualitária a todos, sem exceções.
Para o fã a mudança pode ser invisível durante as transmissões, mas seu impacto é profundo. É um investimento na credibilidade da competição, assegurando que cada disputa, ultrapassagem e decisão técnica seja julgada com isenção. Em um esporte onde décimos de segundo e interpretações de regras definem resultados, a independência é tão crucial quanto o desempenho dos pneus.
Texto baseado na reportagem de Marshall Pruett para o veículo RACER.