MICK SCHUMACHER TESTA PELA RLL NO IMS “ESSA OPÇÃO É UMA ÓTIMA”

  • Léo "Rock" Alves
  • 13 de outubro de 2025

Filho do heptacampeão Michael Schumacher faz seu primeiro teste na categoria com a Rahal Letterman Lanigan Racing e deixa portas abertas para um futuro na Indy em 2026

O lendário nome Schumacher voltou a ecoar em Indianápolis — mas, desta vez, não nas mãos do heptacampeão Michael, e sim de seu filho, Mick Schumacher. O alemão de 26 anos completou nesta segunda-feira (13) seu primeiro teste na Fórmula Indy, guiando o carro da equipe Rahal Letterman Lanigan Racing (RLL) no circuito misto do Indianapolis Motor Speedway, onde seu pai venceu cinco vezes na Fórmula 1.

O teste marca um novo capítulo na trajetória de Mick, que busca retornar ao universo dos monopostos após duas temporadas na Fórmula 1 pela Haas e outras duas no Mundial de Endurance (WEC) com a Alpine. A atividade também serviu como uma avaliação mútua: o piloto conhece a categoria, e a RLL avalia a possibilidade de tê-lo ao lado de Graham Rahal e do estreante do ano de 2025, Louis Foster, já em 2026.

Apesar do contrato anunciado com Devlin DeFrancesco até 2025, o futuro do canadense na equipe ainda é incerto após um desempenho discreto nesta temporada, terminando apenas à frente de um dos 27 pilotos em tempo integral.

Schumacher competitivo logo na estreia

Durante a manhã de treinos, Mick Schumacher chegou a liderar o grupo de sete carros presentes, marcando 1min11s78 segundo resultados não oficiais. Mas, ao fim do dia, os tempos melhoraram, e o alemão mostrou velocidade constante em relação aos demais estreantes.

De acordo com informações obtidas por Nathan Brown e pela imprensa especializada americana, o campeão da Indy NXT de 2025, Dennis Hauger, foi o mais rápido do teste, cravando 1min10s768 com o carro da Dale Coyne Racing. O norueguês liderou o grupo à frente de Alexander Rossi, que testou com a Ed Carpenter Racing e ficou a apenas 0s090 do topo. Schumacher terminou em terceiro lugar, apenas dois décimos atrás do melhor tempo, com 1min10s980, reforçando sua rápida adaptação ao equipamento da RLL.

“Depende se é divertido. Acho que é isso”, brincou Mick, quando perguntado sobre a possibilidade de seguir na Indy. “Tenho gostado bastante. O carro é muito bom, o time tem sido ótimo de trabalhar, e as primeiras impressões são muito positivas. É bem parecido com alguns carros que já pilotei antes. Ainda estou me acostumando com as manobras na saída dos boxes, mas, até agora, tudo ótimo.”

O alemão revelou que o interesse pela Fórmula Indy não é novo.

“Já fazia um tempo que eu queria fazer um teste. Alguns pilotos que correm aqui estiveram em eventos da F1 nos últimos anos e sempre disseram o quanto era divertido. Então quis sentir como é o carro. Por enquanto, só posso dizer coisas boas”, comentou.

Mick Schumacher deixou claro que, apesar do sonho de retornar à Fórmula 1, a Indy surge como uma alternativa atraente para continuar correndo em monopostos.

“Quero aproveitar o que faço. Gosto de correr, e quero encontrar um lugar onde me sinta em casa. Não estou dizendo que o WEC ou a Europa não sejam isso, mas correr em carros de fórmula sempre foi o que eu quis fazer — e a IndyCar é o que mais se aproxima disso”, afirmou.

O piloto alemão ainda revelou ter tentado uma vaga na futura equipe da Cadillac na Fórmula 1, ligada à Andretti, mas o projeto acabou não se concretizando.

“Meu objetivo tem sido voltar à F1, mas essa chance não se abriu. Em algum momento, quero correr novamente em monopostos, e por isso essa opção é uma ótima.”

“Se for pra vir, é pra valer — até nos ovais”

Ao contrário de outros nomes vindos da Fórmula 1, Mick não demonstra medo dos ovais, uma das marcas registradas da categoria norte-americana.

“Ainda não andei em um oval, mas certamente é algo interessante. Você vai muito rápido, mais do que na maioria dos carros. Gostaria de experimentar e ver como é. Se eu fosse me comprometer, seria completamente — não faria sentido participar só de uma parte do campeonato.”

A postura contrasta com a visão de seu pai, Michael Schumacher, que durante uma entrevista ao programa 60 Minutes, em 2002, chegou a dizer que “os caras da Indy são malucos” e que o risco das corridas em ovais não compensava. “É um passo abaixo da Fórmula 1, e o Indy 500 é perigoso demais”, dizia o heptacampeão. “Se bater, o carro não sobrevive. Não há motivo para isso. Normalmente, quem não sobrevive na F1 vai para a Indy — e quem vem da Indy mal sobrevive na F1.”

O tio de Mick, Ralf Schumacher, também demonstrou preocupação com a nova empreitada. “Não entendo muito bem essa decisão”, disse à Sky Deutschland.

“Ele está em boas mãos onde está e pode ter um grande futuro. O nível na América é alto, e será difícil ter sucesso. É uma pressão extra que talvez ele não precise. Se fosse meu filho, eu o impediria, porque acho perigoso demais.”

Mas Mick não compartilha desses temores.

“Acho que seria errado fazer só uma parte. Se eu vier, é pra fazer tudo, inclusive os ovais. É o que o campeonato representa”, garantiu.

O teste na Rahal Letterman Lanigan Racing, portanto, pode ter sido o primeiro passo de um novo caminho para Schumacher — um caminho que, caso se concretize, poderá unir o sobrenome lendário à mais tradicional prova do automobilismo americano: as 500 Milhas de Indianápolis.

Como foi o teste para os demais pilotos

O campeão da Indy NXT, Dennis Hauger, comandou o grupo de sete pilotos que testaram nesta segunda-feira (6) no circuito misto do Indianapolis Motor Speedway. O piloto da Dale Coyne Racing marcou o melhor tempo extraoficial do dia, 1min10s768, com o carro nº 18 da Honda, superando Alexander Rossi e Mick Schumacher.

Segundo informações obtidas pela imprensa norte-americana, Hauger, Rossi e Schumacher formaram o trio mais veloz do dia. O norueguês liderou o pelotão com 0s09 de vantagem sobre Rossi, enquanto o alemão, piloto em avaliação pela Rahal Letterman Lanigan Racing, ficou a apenas dois décimos do líder.

Atrás do trio, Caio Collet, vice-campeão da Indy NXT, foi o quarto mais rápido pela AJ Foyt Racing, completando 83 voltas — o maior número de voltas entre todos os pilotos. Lochie Hughes, da Andretti Global, apareceu em quinto, seguido por Christian Rasmussen, que teve o treino interrompido após apenas 31 voltas, e James Roe, da Juncos Hollinger Racing, que fechou a lista de tempos.

Os tempos extra-oficiais do teste desta segunda-feira (13), no circuito misto de Indianápolis, foram os seguintes:

Tempos extra-oficiais – Teste IndyCar em Indianápolis (misto)
1️⃣ Dennis Hauger – Dale Coyne Racing – 1min10s768
2️⃣ Alexander Rossi – Ed Carpenter Racing – 1min10s858
3️⃣ Mick Schumacher – Rahal Letterman Lanigan Racing – 1min10s980
4️⃣ Caio Collet – AJ Foyt Racing – 1min11s048
5️⃣ Lochie Hughes – Andretti Global – 1min11s354
6️⃣ Christian Rasmussen – Ed Carpenter Racing – 1min11s493
7️⃣ James Roe – Juncos Hollinger Racing – 1min11s600

Os treinos ocorreram em boas condições de pista, com temperatura ambiente próxima dos 21°C (70°F) e clima estável durante toda a tarde. Pela manhã, o cronograma sofreu atrasos devido a falhas no sistema de cronometragem, mas as equipes aproveitaram o restante do dia com treinos consistentes e focados em adaptação.

Assim como Collet, Hauger participou de seu segundo teste recente com um carro da Fórmula Indy. Já os estreantes Hughes, Roe e Schumacher ainda não têm novos testes programados para 2025, enquanto as equipes seguem avaliando desempenhos e possibilidades para a próxima temporada.

Fonte: Nathan Brown/Indianapolis Star – Marshall Pruett/Racer.com

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