Ed Carpenter Racing perde batalha de 10 milhões

Foto: Penske Entertainment: James Black

  • Souza
  • 30 de outubro de 2025

A Justiça arquiva processo milionário da Ed Carpenter Racing contra ex-patrocinador, em um caso que serve de alerta sobre os bastidores dos negócios na Fórmula Indy.

Os bastidores da Fórmula Indy são, por vezes, um palco de batalhas tão intensas quanto as que vemos na pista. A mais recente envolveu a Ed Carpenter Racing (ECR) e o ex-patrocinador Todd Ault, e seu desfecho, determinado pela Justiça do Estado de Indiana, foi um duro revés para a equipe. O processo, que pedia o pagamento de 10 milhões de dólares, foi arquivado “com prejuízo”, significando que a ação não pode ser movida novamente.

O cerne da disputa estava em dois contratos que, literalmente, não foram para o papel. A ECR alegava que acordos de patrocínio para a temporada de 2024, e uma garantia pessoal de Ault, foram firmados por meio de trocas de e-mails. A quantia de 8,4 milhões de dólares foi subsequentemente discutida, com Ault sugerindo pagamentos de suas empresas Guy Care, BitNile e RiskOn International.

No entanto, o juiz foi taxativo em sua decisão: e-mails negociando um possível acordo não substituem a formalidade de um contrato assinado. O alegado “garantia pessoal” de Ault não carregava sua assinatura, violando o Estatuto de Frauds de Indiana. Da mesma forma, o suposto contrato de patrocínio com a empresa VF2 de Ault também não foi assinado. A corte considerou que, sem as assinaturas, não havia contrato válido para ser cobrado.

O caso é um estudo de cautela para o mundo do esporte a motor. A ECR, numa tentativa de assegurar um patrocínio, pode ter agido com excesso de confiança em negociações por e-mail, chegando a colocar logos das empresas de Ault em seus carros sem a devida formalização jurídica. A decisão judicial salienta que essa foi “uma escolha feita pela ECR sozinha”, não constituindo enriquecimento injusto para as empresas de Ault.

O episódio, que se encerra, a ECR não tem mais o direito de recorrer, mostra a complexa engrenagem financeira que gira por trás do espetáculo que acompanhamos. Enquanto os pilotos arriscam a vida na pista, as equipes travam batalhas cruciais nos tribunais para garantir sua sobrevivência. Para a Ed Carpenter Racing, a lição foi dura, mas serve como um alerta universal: no automobilismo e nos negócios, a vitória só é concretizada quando a bandeirada cai sobre a linha de chegada – ou, neste caso, sobre a linha pontilhada de um contrato.

Texto baseado na reportagem de Marshall Pruett para o veículo RACER.

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