Andretti e Coyne: Uma Aliança Estratégica na Fórmula Indy

Foto: Penske Entertainment: James Black

  • Souza
  • 3 de outubro de 2025

A nova colaboração técnica que promete abalar a grid em 2025 não é um simples “colaboração técnica”. É uma parceria inteligente, com peças que se encaixam perfeitamente.

A Andretti Global, um dos nomes mais emblemáticos do automobilismo norte-americano, está de volta aos bastidores de uma equipe satélite. Mas a sua nova aliança técnica com a Dale Coyne Racing (DCR) é fundamentalmente diferente dos acordos anteriores que mantivemos com Harding Steinbrenner Racing e Meyer Shank Racing.

No passado, a Andretti fornecia amortecedores, informações de configuração do chassi e, o mais importante, engenheiros de corrida para comandar as operações. Era quase uma extensão da equipe principal. Agora, a abordagem é mais sutil e, potencialmente, mais poderosa. A Andretti fornecerá componentes e um fluxo constante de informações, mas quem irá traduzir tudo isso no asfalto será a própria estrutura de engenharia da Coyne, liderada pelo brilhante Michael Cannon.

A peça-chave aqui é justamente Cannon. Reintegrado à equipe de Dale Coyne após as 500 Milhas de Indianápolis de maio, ele não é apenas um engenheiro de elite; é um elemento de conexão. Ele já trabalhou na Andretti na década passada e, durante sua primeira passagem pela Coyne, colaborou com Craig Hampson, que agora está na Andretti. Essa sintonia pré-existente é um catalisador poderoso, um atalho que deve acelerar a integração entre as duas equipes.

Dale Coyne, o eterno “patinho feio” astuto, foi direto ao ponto ao falar com a RACER: a meta é recuperar o desempenho nos ovais, como Indianápolis e Nashville. E ele vê nesta parceria o caminho. A Andretti irá ajudar com dados dos carros para equalizar a base, além do desenvolvimento de componentes críticos para as pistas de alta velocidade. A Coyne, por sua vez, não é uma equipe qualquer. A temporada de 2024 mostrou isso, com um desempenho sólido que superou equipes com orçamentos muito maiores.

O piloto beneficiado por essa nova estrutura será o norueguês Dennis Hauger, campeão da Indy NXT e um talento sob a asa da Andretti. A Coyne, conhecida por ser uma excelente escola para novatos, oferece a Hauger a estrutura técnica aprimorada pela aliança e a liberdade para sua equipe de engenheiros trabalhar. É uma relação de mão dupla: a Coyne ganha conhecimento, e a Andretti tem um lugar de alto nível para desenvolver seu futuro piloto.

A beleza dessa parceria está na sua simetria. Coyne deixa claro que não se trata de uma simples transferência de conhecimento, mas de uma colaboração onde a Andretti pode, quem sabe, aprender uma coisa ou duas com a eficiência e a criatividade da sua nova parceira. É uma união que respeita a identidade de cada uma.

E para nós, fãs, que poderemos acompanhar toda essa evolução no Disney+ e ESPN4, a expectativa é a melhor possível. Ver uma equipe tradicional como a Dale Coyne, com seus recursos limitados, recebendo este impulso técnico, só tende a aumentar a competitividade do grid. Se deu certo com Rinus VeeKay em 2024, por que não pode dar ainda mais certo com Hauger e a experiência de Cannon em 2025? Esta é a magia da Fórmula Indy: alianças inteligentes que podem transformar azarões em gigantes, uma corrida de cada vez.

Texto baseado na reportagem de Marshall Pruett para o veículo RACER.

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