WILL POWER ABRE O JOGO SOBRE SAÍDA DA PENSKE E DESAFIO NA ANDRETTI

Foto: Off Track with Hinch & Rossi

  • Léo "Rock" Alves
  • 4 de setembro de 2025

Após 17 anos na Team Penske, Will Power falou pela primeira vez de forma mais aberta sobre os bastidores de sua saída e a expectativa para a chegada à Andretti Global em 2026. Em entrevista ao podcast Off Track, comandado por James Hinchcliffe e Alexander Rossi, o australiano explicou como tomou a decisão, revelou ressentimentos e mostrou entusiasmo pelo futuro.

Will Power começa sua nova fase na Fórmula Indy de maneira inusitada: discutindo problemas de internet com os apresentadores. Brincadeiras à parte, o veterano de 44 anos não fugiu de nenhum tema. Questionado sobre a mudança, foi direto:

“Estou extremamente empolgado. Tenho muita experiência nesses carros, estive em uma equipe que conquistou vários campeonatos, mas senti que era hora de um novo desafio. A Andretti não só vence corridas, como tem grande potencial para crescer. Conversando com o Dan [Towriss], percebi a motivação dele em reestruturar a equipe.”

O desgaste com a Penske

Embora a saída tenha sido comunicada de forma amigável, Power revelou que a decisão começou a ser desenhada ainda em 2024.

“Quando assinei meu último contrato, queria três anos. O Tim Cindric disse para conversarmos no fim de 2024. Pois bem, venci três corridas, disputei o título contra o Palou, e nada aconteceu. Nenhuma conversa. Fiquei muito irritado. Cheguei a pensar: qual piloto vence três provas e fica sem contrato? O campeão venceu duas.”

O australiano contou que, após Portland, decidiu por conta própria que não renovaria. “Recebi até uma ligação para conversar em Detroit sobre o futuro, mas disse que não voltaria. Já tinha tomado minha decisão. Fui leal por 17 anos, nunca negociei com outra equipe, mas era a hora de mudar.”

A escolha pela Andretti

Power confirmou que tinha várias propostas, inclusive continuar na Penske, mas se encantou pelo projeto da Andretti Global:

“O que pesou foi a capacidade de fazer grandes mudanças, o orçamento, e o fato de terem pessoas muito inteligentes. O Dan sabia exatamente o que precisava mudar e estava determinado a fazer. No fundo, eu sabia que era o momento.”

Na nova equipe, ele dividirá o box com Kyle Kirkwood e Marcus Ericsson. “São caras com quem já tive grandes batalhas. Vai ser legal chegar com tanta experiência e ainda com fome de aprendizado.”

Honda, cultura e até o guarda-roupa

Depois de quase duas décadas de Chevrolet, Power está curioso para guiar com motor Honda:

“Sempre competi contra eles e sei da força, principalmente em circuitos de rua e pistas curtas. Quero sentir a diferença de característica do motor. Dizem que tem mais torque em baixa, enquanto a Chevy é mais forte em alta.”

Fora das pistas, até o estilo mais descontraído da Andretti virou assunto. Enquanto na Penske pilotos e engenheiros usavam camisa social e calça de pregas, na Andretti o visual é mais relaxado, com camiseta e jeans. Power riu:

“Vou parecer meio ‘nu’ sem camisa social no paddock. Mas sempre achei importante se apresentar de forma profissional. Já queimei umas calças sociais depois de Portland (risos).”

O futuro

Sobre até quando pretende correr, Power não hesitou:

“Se mantiver motivação e preparo físico, dá para ser competitivo até uns cinco anos mais. Não fiquei mais lento, fiquei mais completo. Talvez tenha perdido um pouco de velocidade pura, mas ganhei em consistência. Sempre digo: a velocidade natural aparece cedo e nunca some.”

Hinchcliffe lembrou que, estatisticamente, ele é o piloto mais veloz em classificações na história da Indy. Power concluiu:

“Posso perder um décimo e meio e ainda ser competitivo com a experiência. Estou animado para esse novo desafio.”

A mudança de Will Power para a Andretti marca o fim de uma das passagens mais vitoriosas da história da Fórmula Indy. Com 42 vitórias, 71 poles e dois títulos pela Penske, o australiano inicia um capítulo que promete mexer com o equilíbrio da categoria em 2026.

Parceiros