
Chefe da Juncos Hollinger Racing analisa situação do compatriota na F1, abre portas para futuro na Indy e projeta 2026
A trajetória de Franco Colapinto na Fórmula 1 tem gerado debates intensos na Argentina. Para alguns, o jovem piloto merece continuidade; para outros, ainda não provou o suficiente. Quem conhece de perto a pressão sobre Colapinto é Ricardo Juncos, chefe da Juncos Hollinger Racing, equipe que representa a bandeira argentina na Fórmula Indy.
Em entrevista ao Pitlane Motor, Juncos destacou a importância histórica de ter novamente um argentino no grid da F1, lembrando nomes como Fangio, Froilán González e Reutemann, mas criticou o peso da mídia local:
“Infelizmente, a pressão na Argentina é tremenda. É como com Messi, que foi crucificado mesmo sendo o melhor da história. Franco sofreu com isso, cometeu acidentes por excesso de pressão, mas está se recuperando muito bem”.
Segundo Juncos, a adaptação de Colapinto ao carro da Alpine explica parte das dificuldades:
“Trocar de equipe é complexo. Cada sistema eletrônico, software, diferencial híbrido exige tempo. Até campeões como Hamilton e Sainz sofreram em mudanças. Franco está fazendo um bom trabalho e precisa de continuidade”.
Portas abertas na IndyCar
Questionado sobre a possibilidade de contar com Colapinto caso não siga na F1, Juncos foi claro:
“Como argentino, seria espetacular. Mas é difícil, porque o esforço financeiro é enorme. Fizemos isso com Canapino, que é um monstro, mas exigiu sacrifícios grandes. Se um dia Franco quiser vir para a IndyCar, as portas vão estar abertas”.
Ele não descarta inclusive a chance de um terceiro carro nas 500 Milhas de Indianápolis, caso haja viabilidade financeira: “Tudo pode ser”.
Objetivos para 2026
Para o futuro, o dirigente prega foco na execução:
“Não gosto de colocar meta de pódio ou vitória. Temos que minimizar erros e aprender com os grandes. Ganassi e Palou estão mostrando o caminho, e precisamos encurtar essa diferença”.
Sobre Palou, Juncos reconheceu a excelência do espanhol:
“Alex é muito jovem e já está fazendo história. O mindset dele é especial, consegue colocar a cabeça onde precisa estar. Isso é raro entre nós, latinos, e o faz ainda mais forte”.
Orgulho latino
Ao final, Juncos reforçou sua ligação com a comunidade latina:
“Cheguei aos EUA com dívidas, sem falar inglês e sem conhecer ninguém. Hoje, representar a América Latina é um orgulho. Espero que minha história inspire outros. Agradeço aos fãs, cada vez mais próximos do time”.
Fonte: Alejandro Berzosa/Pitlane Motor
A integra da entrevista você pode ler no pitlanemotor.com