Foto: Penske Entertainment: Chris Jones
“Fiquei com a resiliência e o esforço da equipe.”, diz o argentino após temporada marcada por desafios e superação.
A temporada 2025 do Juncos Hollinger Racing foi marcada por altos e baixos, com bons desempenhos pontuais, mas também dificuldades que limitaram o crescimento do time. Ricardo Juncos, fundador e diretor da equipe, fez um balanço realista do ano e ressaltou o valor humano do grupo que, apesar das adversidades, manteve-se firme e unido.
“Se eu tivesse que dar uma nota para a temporada, seria um 6 em uma escala de 0 a 10”, avaliou Juncos. “É uma temporada em que tivemos momentos bons e ruins, mas destaco a resiliência e o esforço da equipe. O importante é que conseguimos manter a moral alta mesmo nas situações mais complicadas.”
Orgulho latino na Fórmula Indy
O argentino destacou a importância cultural e simbólica do projeto, que se consolidou como a única equipe latino-americana da Fórmula Indy. Para ele, isso representa mais do que apenas competir: é carregar uma identidade dentro de uma categoria dominada por equipes e estruturas essencialmente americanas.
“É um orgulho como latino-americano estar onde estamos hoje, vindo praticamente do nada. É uma mistura de culturas, paixões e filosofias dentro de uma categoria essencialmente americana”, explicou Juncos.
Segundo ele, há uma diferença clara na forma como latinos e americanos encaram o automobilismo. “Os americanos têm uma maneira muito prática de viver. Os hispânicos, por sua vez, sofrem mais quando as coisas dão errado, mas também desfrutam muito mais quando chega a glória. O nível de entrega e de paixão é maior, e isso faz parte do nosso DNA como equipe.”
Comparação com temporadas anteriores
Se em 2024 o Juncos Hollinger Racing havia conquistado um pódio e lutado de igual para igual com as grandes equipes em determinadas corridas, em 2025 o cenário foi diferente. Apesar de ter mostrado velocidade em várias ocasiões, o time não conseguiu transformar esse potencial em resultados concretos.
“Na IndyCar, qualquer detalhe que não esteja perfeito se paga caro. É como no tênis: muitas vezes não vence o melhor, mas quem erra menos. Tivemos boas oportunidades, mas faltou transformar a velocidade em execução. Isso nos custou caro em alguns finais de semana”, disse o dirigente.
A ausência de pódios foi um ponto de frustração para o argentino, que reconheceu ter esperado mais da temporada. No entanto, ele ressaltou que o trabalho de desenvolvimento do time seguiu constante e que esse é um processo de médio prazo.
O incêndio e o espírito de superação
Um dos momentos mais duros de 2025 aconteceu às vésperas da etapa de Toronto, quando a equipe perdeu um trailer inteiro em um incêndio. Entre os materiais destruídos estavam amortecedores, bancos de teste e dados importantes de setup.
“Foi um golpe muito duro. De repente, ficamos sem uma parte fundamental da nossa estrutura. Mas a equipe trabalhou sem parar durante três dias para que pudéssemos alinhar os carros no Canadá. Perdemos performance, é verdade, mas o esforço e a dedicação do grupo foram impressionantes”, relatou Juncos.
Embora a corrida não tenha trazido os resultados esperados, o argentino destacou que essa reação foi a prova da força interna do time: “É fácil reagir quando tudo dá certo. Mas quando as coisas vão mal é que se vê realmente quem se é. E o Juncos Hollinger Racing demonstrou que tem caráter e resiliência.”
Olhando para o futuro
Com a experiência de 2025, Juncos garante que a equipe seguirá em frente com a mesma filosofia que a trouxe até aqui: perseverança, paixão e trabalho constante.
“Não é uma categoria que perdoa erros. Mas seguimos com a cabeça erguida e sabendo que temos um valor humano enorme dentro da equipe. Esse é o nosso maior patrimônio”, afirmou.
Assim, o time latino-americano segue sua trajetória dentro da Fórmula Indy, consciente de suas limitações, mas orgulhoso de representar uma cultura que carrega no coração a paixão pelo automobilismo. Para 2026, a meta é clara: corrigir as falhas, valorizar os acertos e continuar lutando no grid mais competitivo do mundo.
Fonte: Alejandro Berzosa/Pitlane Motor