MÉXICO VOLTA A BRILHAR NA INDY

Foto: Excélsior

  • Léo "Rock" Alves
  • 16 de setembro de 2025

O legado de Adrián Fernández encontra continuidade em Pato O’Ward, que assume papel de protagonista e recoloca o país no mapa da categoria

Três décadas depois do fenômeno Adrián Fernández, o público mexicano voltou a se conectar de forma intensa com a Fórmula Indy graças ao sucesso de Pato O’Ward, hoje um dos nomes mais populares e competitivos do grid.

O piloto de Monterrey não apenas conquistou o vice-campeonato em 2024, como também se consolidou em 2025 como líder da equipe Arrow McLaren. Ao longo do ano, O’Ward esteve constantemente entre os protagonistas, brigando pelas primeiras posições e reforçando seu status de estrela internacional.

Essa ascensão inevitavelmente lembra o impacto que Adrián Fernández teve nos anos 1990, quando transformou-se em ídolo nacional ao vencer corridas e disputar títulos na antiga CART, atraindo patrocinadores de peso e levando multidões a acompanhar a categoria nos Estados Unidos e no México.

Em comparação com sua própria trajetória, Fernández não esconde a admiração pelo que O’Ward tem construído.

“Gosto muito de como ele se conduz. É muito jovem e não tenho dúvida de que vai superar todas as vitórias que eu conquistei, e isso é justamente o importante: que possamos seguir acumulando conquistas, que os mexicanos continuem crescendo e que os recordes sigam aumentando”, declarou Fernández, hoje também empresário.

O’Ward soma atualmente 9 triunfos na Fórmula Indy, dois a menos que os 11 alcançados por Fernández em sua carreira. A consistência do piloto da McLaren impressiona, pois desde sua estreia deixou claro que o objetivo era ser competitivo em todas as temporadas, algo que vem cumprindo à risca.

Fernández também destaca o fato de Pato conviver com companheiros de alto nível, como o dinamarquês Christian Lundgaard, e conseguir se impor em circuitos ovais – uma das especialidades mais difíceis da categoria.

“Pato é muito jovem, mas já possui mais experiência e confiança. Nos circuitos de rua e mistos, Lundgaard esteve muito próximo, mas nos ovais foi Pato quem se mostrou mais forte. E ter alguém como Lundgaard no time também o ajuda a evoluir”, avaliou o ex-piloto.

Outro ponto ressaltado é o impacto cultural. O automobilismo no México sempre foi marcado pela paixão popular, seja na Fórmula 1, seja na Indy. A presença de O’Ward resgata esse espírito e cria uma nova onda de identificação.

“O México sempre foi muito apaixonado pelo automobilismo, não apenas pela Fórmula 1, mas também pela Fórmula Indy, que é um dos campeonatos mais espetaculares do mundo. É o quinto maior campeonato global, e é um orgulho ver Pato mostrando seu talento e acumulando triunfos”, afirmou Fernández.

Nos anos 1990, o sucesso do próprio Adrián foi tamanho que, em 2001, o levou a fundar sua própria equipe, momento que coincidiu com a expansão da CART para o México, incluindo corridas memoráveis em Monterrey e na Cidade do México. O impacto cultural e esportivo foi enorme, e a presença de O’Ward hoje traz inevitavelmente essa lembrança.

Na época, Fernández alcançou feitos notáveis: venceu duas corridas pela CART, somou cinco pódios, seis top-10 em 26 largadas e chegou a liderar o campeonato de 2000, perdendo o título apenas para o brasileiro Gil de Ferran. Nas 500 Milhas de Indianápolis, seu melhor resultado foi o sexto lugar em 2004, já na IndyCar unificada.

Agora, é O’Ward quem carrega a bandeira. Com nove vitórias, ele já figura entre os seis pilotos mexicanos que triunfaram na história da categoria e desponta como a grande referência da nova geração. Sua trajetória, 25 anos depois do auge de Fernández, coloca novamente o México no centro das atenções da Fórmula Indy.

📊 Comparativo real entre Pato O’Ward e Adrián Fernández (parcial, com dados confirmados)

PilotoVitórias confirmadas na IndyCar / CART (fonte recente)Principais feitos recentes de O’Ward
Pato O’Ward9 vitórias na IndyCar até julho de 2025.2 vitórias em 2025 (Iowa e Toronto); Vice-campeão da temporada 2025.
Adrián Fernández11 vitórias confirmadas na CART na década de 90 / início dos anos 2000.Sua melhor participação nas 500 Milhas de Indianápolis: sexto lugar em 2004.



Fonte: Eduardo Olmos/Excélsior

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