Foto: Penske Entertainment: James Black
Encerrada a temporada de 2025, a IndyCar entra em um dos períodos mais agitados de sua história recente, com mudanças significativas em equipes de ponta e várias vagas abertas no grid.
Com o fim da temporada 2025, o chamado silly season da Fórmula Indy já começa a redesenhar o grid para 2026. O grande destaque dos últimos dias foi a confirmação da saída de Will Power da Team Penske após 17 anos. O australiano, bicampeão da categoria (2014 e 2022) e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis de 2018, deixa o time mais vitorioso da história da Indy e abre espaço para uma das transferências mais aguardadas: a chegada de David Malukas, atualmente na AJ Foyt Racing sob aliança técnica com a própria Penske.
A mudança de Power deve ter efeito dominó no mercado. O veterano de 44 anos é apontado como substituto de Colton Herta na Andretti Global, vaga caso se confirme a transferência do jovem americano para a F2 em 2026. A tendência é que Power se junte a Kyle Kirkwood e Marcus Ericsson, que têm contratos até o fim de 2026, tornando-se peça-chave na reestruturação da equipe comandada por Michael Andretti.
Enquanto isso, a AJ Foyt Racing se prepara para absorver outra movimentação importante: a chegada de Rinus VeeKay. O holandês, que brilhou em 2025 ao liderar o carro nº 18 da Dale Coyne Racing ao 14º lugar no campeonato — depois de o time ter sido último no ano anterior —, deve ser confirmado como companheiro de Santino Ferrucci no próximo ano. Com apoio técnico da Penske, a Foyt ganha força no grid e mantém a estratégia de desenvolvimento de talentos que começou com Malukas.
Situação contratual das equipes
- Team Penske: Josef Newgarden e Scott McLaughlin estão garantidos até 2026. A vaga do carro nº 12, deixada por Power, deve ser ocupada por David Malukas, mas o anúncio oficial ainda não foi feito.
- AJ Foyt Racing: Ferrucci renovou contrato de multiplos anos podendo ser até 2026 ou 2027 e VeeKay é esperado no carro nº 4, garantindo estabilidade à equipe.
- Chip Ganassi Racing: Com Alex Palou, Scott Dixon e Kyffin Simpson contratados até 2026, a equipe tetracampeã recente mantém seu trio intacto.
- Meyer Shank Racing: Felix Rosenqvist segue até 2026 e Marcus Armstrong tem vínculo de multiplos anos que vai até 2027 ou 2028.
- Andretti Global: Herta tinha contrato até 2027, mas sua possível saída para a F2 abreria uma vaga para Will Power. Kirkwood e Ericsson seguem até 2026.
- Arrow McLaren: Pato O’Ward (2027), Nolan Siegel também tem um contrato de Multiplos até 2026 ou 2027 e Christian Lundgaard (2027) completam um time jovem e de longo prazo.
- Rahal Letterman Lanigan: Graham Rahal tem contrato vitalício com a equipe, enquanto Devlin DeFrancesco e Louis Foster renovaram até 2026.
- Ed Carpenter Racing: Alexander Rossi assinou um contrato de multiplos anos até 2026 ou 2027 para o carro de nº20. Já Christian Rasmussen assinou em 2025 um contrato de multiplos anos para o carro nº 21 que iria até 2026 ou 2027.
- Juncos Hollinger Racing: Tanto o nº 76 quanto o nº 77 estão em aberto, deixando a equipe argentina diante de um processo de reformulação total.
- Dale Coyne Racing: Perdeu VeeKay e deve também abrir mão de Jacob Abel, deixando os carros nº 18 e nº 19 livres para negociações. A expectativa é de que o campeão da Indy NXT 2025, Dennis Hauger, assuma o nº 19, em parceria técnica com a Andretti.
- Prema Racing: Estável com Robert Shwartzman e Callum Ilott, ambos assinados até 2026.
O que esperar do mercado
Com várias vagas abertas em equipes tradicionais, como Dale Coyne, Juncos e Ed Carpenter, o mercado ainda deve ver a movimentação de jovens vindos da Indy NXT. Além disso, o anúncio oficial de Malukas na Penske e a confirmação de Power na Andretti devem guiar as próximas semanas do silly season.
Outro ponto em aberto é a performance da Juncos Hollinger Racing, que pode ser um destino natural para novatos ou pilotos que perderem assento em equipes de ponta. Coyne, por sua vez, sinalizou que a lista de candidatos para 2026 é “curta, mas de altíssima qualidade”, incluindo nomes como Romain Grosjean e Linus Lundqvist.
Com tantas peças se movendo, a Fórmula Indy promete começar 2026 com um grid renovado, equilibrado e ainda mais competitivo, mantendo a tradição de um dos campeonatos mais imprevisíveis do automobilismo mundial.
