HERTA ABRE O CORAÇÃO SOBRE MUDANÇA PARA A CADILLAC F1 EM 2026

Foto: Off Track with Hinch & Rossi

  • Léo "Rock" Alves
  • 4 de setembro de 2025

Piloto deixa a IndyCar para apostar no sonho da Fórmula 1: “É agora ou nunca”

O mundo do automobilismo viveu um dia histórico com a confirmação da saída de Colton Herta da Fórmula Indy para assumir o posto de piloto de desenvolvimento e testes da Cadillac F1 a partir de 2026. Em entrevista ao podcast Off Track with Hinch and Rossi, o americano falou abertamente sobre a decisão mais difícil de sua carreira e os desafios que terá pela frente.

Logo na abertura, os apresentadores James Hinchcliffe e Alexander Rossi brincaram com o anúncio, dizendo que Herta correria em tratores John Deere numa “nova associação de corrida”. O piloto entrou no clima, mas rapidamente confirmou a grande notícia: “Estou feliz de finalmente poder compartilhar isso com todos. Essas conversas já vinham acontecendo há bastante tempo nos bastidores, e para mim é ótimo finalmente anunciar. Só tenho a agradecer ao Dan, à TWG e à Cadillac F1 por me darem essa oportunidade de ser piloto de testes de uma equipe de Fórmula 1, e ainda por cima uma equipe americana. É um momento empolgante e estou ansioso para começar a trabalhar.”

A escolha pelo caminho mais arriscado

Herta explicou que sua decisão foi movida por um sonho de infância. Após seis temporadas na IndyCar, onde a Andretti Global construiu toda sua estrutura em torno dele, o californiano optou por abrir mão de uma posição consolidada para perseguir o desejo de correr na Fórmula 1.

“O caminho fácil seria ficar. Mas eu quero lutar pelo meu sonho, que é chegar à Fórmula 1. Não é uma despedida definitiva da IndyCar, em algum momento eu volto, porque amo a categoria. Mas essa é minha chance de tentar.”

Questionado se chegou a perder a esperança após as frustrações com McLaren, AlphaTauri e o projeto inicial da Andretti na F1, Herta admitiu que sim. “Depois que a AlphaTauri não deu certo, pensei: ‘Bom, acabou para mim na Fórmula 1’. Achei que aquele tinha sido meu último tiro. Eu ia ficar só na IndyCar — o que não é ruim, eu estava contente com isso. Mas aí veio essa última chance com Dan e a Cadillac F1.”

Um futuro incerto, mas promissor

Embora animado, Herta reconhece que não há garantias de que ocupará uma vaga titular em 2027. A equipe deixou claro que tudo dependerá de performance. “Como piloto, você sempre aposta em si mesmo. É isso que estou fazendo: apostando em mim. Eu acredito que sou rápido o bastante. Não vai ser fácil, vou ter que aprender muita coisa, mas se eu não acreditasse, ficaria na IndyCar.”

Sobre sua preparação, o piloto revelou que ainda está definindo os próximos passos: “O principal é descobrir como me preparar da melhor forma para virar piloto de Fórmula 1. Isso envolve simulador, passar tempo na fábrica, aprender com os dois pilotos da equipe, morar lá, viver o ambiente. Onde eles quiserem que eu esteja, eu estarei.”

Herta também não descarta uma participação especial nas 500 Milhas de Indianápolis em 2026, embora o foco esteja totalmente voltado para a Fórmula 1. “Eu amo a Indy 500 e, se fizer sentido, toparia. Mas não pode atrapalhar o objetivo principal.”

Um adeus emocionante à IndyCar

O americano revelou que a decisão final foi tomada poucos dias antes do anúncio, mas fez questão de conversar antes com seu engenheiro Nathan O’Rourke, parceiro desde sua estreia. “Conversei com ele antes de decidir, porque nossa relação é muito importante. Ele foi super positivo e disse: ‘Se é isso que você quer, vá em frente. Não haverá ressentimento’.”

O tom de despedida ficou evidente na última corrida da temporada. “Foi bem emocional. Estar com os fãs, com a equipe, talvez pela última vez em muito tempo… foi estranho, mistura de felicidade e tristeza. Minha corrida não foi boa, mas eu estava em paz.”

E, mesmo de longe, Herta garantiu que seguirá acompanhando a categoria: “Nas corridas europeias, volto para o hotel depois da prova, tomo um banho, pego uma cerveja e assisto à IndyCar. Vou acompanhar tudo e encher vocês de mensagens durante as corridas (risos).”

O sonho americano na F1

Os apresentadores encerraram a entrevista reforçando a importância do movimento de Herta para o automobilismo norte-americano. Ser piloto de uma equipe americana na Fórmula 1 pode se transformar em uma das histórias mais marcantes da década.

“Foi incrível te ver começar e agora dar esse passo. Ser piloto americano na F1 pela Cadillac seria uma das histórias mais legais possíveis”, destacou Hinchcliffe.

Herta respondeu com simplicidade, mas emoção: “Obrigado, pessoal. Mal posso esperar para torcer pelo Alex no ano que vem. Vai ser uma nova jornada e estou muito animado para começar.”

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