COLTON HERTA: CHAVE MESTRA PARA ESCANCARAR A PORTA DOS EUA PARA A F1?

  • Léo "Rock" Alves
  • 17 de setembro de 2025

Norte-americano troca carreira consolidada na Fórmula Indy pela F2 em busca do sonho da Fórmula 1

Quando a primeira tentativa de Michael Andretti de entrar na Fórmula 1 esbarrou em resistência, o promotor do GP dos Estados Unidos, Bobby Epstein, foi direto:

“Se tivéssemos um campeão americano, faria diferença na venda de ingressos”.

Naquele momento, Logan Sargeant ainda tentava se firmar na Williams, mas seus resultados modestos não mexeram no mercado. Nem mesmo sua participação em três corridas nos EUA – Austin, Miami e Las Vegas – trouxe impacto relevante, e sua presença em Drive to Survive tampouco foi destaque.

A Fórmula 1 vem crescendo com apoio de novos produtos de mídia, da série da Netflix ao filme da Apple estrelado por Brad Pitt, mas a verdade é simples: para os EUA se engajarem de fato, precisam de um piloto vencedor.

O precedente histórico

Não seria a primeira vez que uma estrela nacional impulsionaria o interesse em seu país. Michael Schumacher transformou a Alemanha no início dos anos 90. Fernando Alonso, no começo dos anos 2000, fez a Espanha vibrar. O mesmo poderia acontecer agora com Colton Herta.

A visão sobre Herta

O ex-chefe da Haas, Guenther Steiner, resumiu o cenário:

“Ele precisa ser bem-sucedido. Não basta ser americano. Tivemos Logan Sargeant na Fórmula 1. Ter a Cadillac ajuda, é uma grande marca, mas precisa vir acompanhado de resultados. Se houver um campeão americano, o país inteiro estará atrás dele”.

Herta, de 25 anos, deixa para trás uma carreira sólida na Fórmula Indy para mergulhar no desafio europeu. O californiano precisa ainda conquistar os pontos restantes da superlicença, readaptar-se às pistas da F2 e convencer a Cadillac de que é o nome certo para suceder Valtteri Bottas ou Sergio Pérez no futuro.

Em entrevista ao podcast Off Track, ele mesmo reconheceu:

“É um risco muito grande. Se eu achasse que não conseguiria, ficaria na IndyCar. Mas acredito em mim mesmo e acredito que sou rápido o suficiente”.

O projeto Cadillac-Andretti

O plano é liderado por Dan Towriss, CEO da TWG Motorsports, dono da Andretti Global na IndyCar e acionista majoritário da candidatura da Cadillac à F1. Ele destaca o peso da escolha:

“Colton está assumindo um grande risco ao deixar uma carreira tremenda na IndyCar. Seu sonho é estar na Fórmula 1. Queremos que ele aprenda pistas e pneus europeus, chegue preparado e respeite esse ambiente. Temos TL1s, testes, o pacote completo para dar a ele todas as chances”.

O que está em jogo, porém, vai além do destino de Herta. Ele pode abrir ou fechar portas para outros talentos norte-americanos que sonham com a F1.

Um tiro no escuro – ou a chance de ouro

Herta chega em um momento em que quase todas as equipes contam com academias próprias e talentos formados no ecossistema FIA. Alguém com sua idade e trajetória fora desse sistema dificilmente teria uma chance. Mas ele tem – e é preciso aproveitá-la.

A Liberty Media, dona da F1, sabe que ainda falta um ingrediente para consolidar o mercado americano: um herói local. Se Herta vencer com a Cadillac, a categoria terá uma narrativa perfeita.

A Cadillac, por sua vez, não deve disputar vitórias de imediato. Mas, se conseguir se firmar, e se Herta evoluir junto, a aposta pode transformar a relação da F1 com o público dos EUA.

Para o piloto, para a equipe e para a categoria, trata-se da maior das apostas. E, como em qualquer aposta alta, a recompensa pode ser histórica.

Fonte: Por Filip Cleeren/Motorsport.com

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