Foto: Cadillac F1 Team
Lando Norris, Oliver Bearman e Oscar Piastri avaliam que a transição de Colton Herta pela Fórmula 2 pode ser a jogada inteligente para seu futuro na Fórmula 1.
A notícia de que Colton Herta, um dos nomes mais talentosos da IndyCar, deixará a categoria para se tornar piloto de testes da Cadillac na Fórmula 1 e provavelmente correrá na Fórmula 2 em 2026 gerou ondas de opinião no mundo automobilístico. Quem melhor para comentar sobre essa transição do que os próprios pilotos da elite? Lando Norris, Oliver Bearman e Oscar Piastri – três gerações distintas da F1 – se manifestaram de forma unânime: Herta tem talento de sobra, mas a experiência europeia será crucial.
Norris, que correu ao lado de Herta nas categorias de base em 2015, foi direto: “Ele é um piloto extremamente talentoso”. O britânico da McLaren, no entanto, fez uma crítica velada ao sistema de pontuação para a superlicença, que dificulta a transição direta de pilotos da IndyCar. “A IndyCar é uma das categorias mais difíceis do mundo. Eu colocaria isso acima do nível da Fórmula 2 de certa forma”, defendeu Norris, sugerindo que o americano já estaria mais do qualificado para a F1.
Já Oliver Bearman, que viveu a transição da F2 para a F1 em 2024, destacou a diferença cultural nas corridas. “Aqui [na Europa] é um pouco diferente. Você está acostumado a fazer uma única volta acelerada e depois esfriar os pneus… é difícil extrair todo o desempenho de uma volta”. Essa mudança de mentalidade – de corridas longas e consistentes na IndyCar para a explosão de uma volta rápida na qualificação da F1 e F2 – será um dos maiores desafios para Herta.
Oscar Piastri, campeão da F2 em 2021, trouxe um ponto de vista pragmático. Enquanto os testes de F1 são valiosos para se acostumar com a velocidade, eles têm limitações: “Os pneus não são representativos… o carro é velho”. Para o australiano, estar imerso no ambiente de um fim de semana de Grande Prêmio, mesmo que na F2, oferece uma preparação única e insubstituível.
A movimentação de Colton Herta é mais do que uma simples mudança de categoria; é um estudo de caso sobre as barreiras entre as duas maiores forças do automobilismo de monopostos. A F1 muitas vezes parece um clube fechado para talentos que não seguiram o tradicional caminho europeu das fórmulas de base.
A visão unânime dos pilotos é um alívio: Herta é visto não como um intruso, mas como um talento genuíno que merece sua chance. A possível passagem pela F2, longe de ser um downgrade, é encarada como um atalho inteligente. É o caminho mais rápido para ele se acostumar com o estilo de corrida europeu, os circuitos, a pressão e a dinâmica de um paddock de F1 – tudo isso enquanto cumpre seu papel de piloto de testes.
A crítica de Norris ao sistema de superlicença é pertinente. Se um piloto com nove vitórias na IndyCar e aclamação de seus pares ainda precisa “provar” seu valor na F2, talvez o sistema precise de uma revisão. A F2 é uma categoria fantástica, mas não deveria ser a única porta de entrada.
Para nós, fãs, que acompanhamos a jornada de Herta promete ser um dos enredos mais fascinantes de 2026. Será a prova definitiva de que o talento pode, sim, transpor fronteiras – desde que esteja disposto a aprender um novo modo de correr.
Fonte: Marshall Pruett/Chris Medland/Racer.com