• Léo "Rock" Alves
  • 27 de agosto de 2025

INDY ACELERA PARA CALENDÁRIO COM NOVIDADES E ATE PARCERIAS COM A NASCAR

Categoria ajusta início de temporada com quatro corridas em cinco semanas e busca nova sinergia com a TV; Fox passa a influenciar diretamente os rumos da Indy

A temporada 2026 da Fórmula Indy promete começar com um ritmo alucinante, diferente do que vimos nos últimos anos. Após muitas críticas a aberturas espaçadas, com semanas de hiato que prejudicavam a criação de audiência e engajamento, a categoria prepara uma largada histórica: seriam quatro corridas em apenas cinco finais de semana, incluindo o aguardado retorno ao Phoenix Raceway, agora em parceria direta com a NASCAR.

Segundo apuração de Nathan Brown, do Indianapolis Star, o acordo tem ligação direta com a recente compra de 33% da Penske Entertainment pela Fox Corp., movimento que ampliou a sinergia entre os interesses de mídia da NASCAR e da Indy. Com isso, Phoenix volta ao calendário pela primeira vez desde 2018, quando a categoria abandonou o oval de uma milha por conta da baixa presença de público. Na época, a prova acontecia poucas semanas depois da etapa da NASCAR e não conseguia se sustentar comercialmente. Agora, a estratégia é unir forças e dividir o fim de semana com a maior categoria de stock car dos EUA.

O calendário ainda não tem definição oficial sobre o dia da corrida da Indy em Phoenix, mas os bastidores indicam que a categoria deve correr no sábado, repetindo o modelo que já funcionou em algumas edições no circuito misto de Indianápolis, quando dividiu espaço com a Xfinity Series. Existe também a possibilidade de uma prova no domingo, após a Cup Series, o que colocaria a Indy em horário nobre na Costa Leste. Essa hipótese, no entanto, depende da abertura da NASCAR em ceder espaço – algo que, historicamente, não acontece com frequência.

Além da novidade no deserto do Arizona, outro marco será o adiantamento da etapa de Barber Motorsports Park, marcada para 27 a 29 de março. Será a corrida mais precoce na história da pista do Alabama, encaixando-se após St. Pete (1º de março), Phoenix (7 ou 8 de março) e Arlington (15 de março). Isso quebra um padrão criticado de lacunas de duas e até três semanas entre provas, como aconteceu em 2025, quando a Indy perdeu fôlego de audiência ao competir contra a NASCAR, a NCAA e até o Masters de golfe.

O primeiro semestre de 2026 ainda inclui a sequência tradicional em Indianápolis: circuito misto em 9 de maio, classificações em 16 e 17 e a Indy 500 em 24 de maio, seguida por Detroit no dia 31 e Gateway em 6 e 7 de junho. Depois, o campeonato se ajusta à Copa do Mundo masculina da FIFA, evento que será transmitido pela Fox nos Estados Unidos. A emissora busca inclusive criar uma dobradinha de peso: colocar a corrida de Laguna Seca em 19 de julho logo após a final do Mundial, o que daria à Indy uma vitrine diante de milhões de espectadores.

Outro ponto de destaque é a negociação para levar a categoria de volta ao México, no Autódromo Hermanos Rodríguez, em 26 de julho, na esteira de Laguna Seca. A última vez que a Indy correu na Cidade do México foi em 2007, ainda nos tempos da Champ Car. Caso se confirme, a prova pode marcar uma das maiores expansões recentes do calendário, com impacto direto na base de fãs latino-americana, que já conta com forte representação no grid.

No mês de agosto, a Indy deve retornar a Toronto, mas não nas ruas tradicionais. As conversas apontam para um circuito montado em Downsview, área de um antigo aeroporto desativado, próximo ao centro da cidade. O mês ainda incluiria Portland e, na sequência, duas provas já certas: o Milwaukee Mile em 30 de agosto e o Nashville Superspeedway em 6 de setembro, que devem fechar a temporada.

No balanço geral, o calendário de 2026 mostra uma clara tentativa de tornar a Fórmula Indy mais competitiva no mercado de mídia, explorando ao máximo a força da NASCAR e os novos vínculos com a Fox. A estratégia busca corrigir erros recentes, que deixaram a categoria sem ritmo e sem continuidade nos primeiros meses do ano. Resta saber se essa aproximação não acabará ofuscando a Indy, já que em audiência e presença de público a NASCAR segue liderando com folga.

A Indy parece, finalmente, disposta a aprender com os próprios tropeços. Se por um lado dividir o palco com a NASCAR pode gerar riscos de perder protagonismo, por outro traz a chance de ampliar o alcance da categoria em momentos estratégicos. O retorno a Phoenix, a possibilidade de correr no México e a conexão com a final da Copa do Mundo são movimentos ousados e necessários para uma Indy que precisa se manter relevante no cenário esportivo global. Agora, a questão é simples: será que a categoria vai aproveitar essa janela ou continuará refém das circunstâncias?

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