Foto: Penske Entertainment: Matt Fraver
O futuro do australiano na Fórmula Indy segue incerto, e os motivos vão além da idade e desempenho
Se há uma novela que promete se estender até o fim da temporada 2025 na Fórmula Indy, é o futuro de Will Power no Team Penske. O bicampeão e recordista de poles na categoria está sem contrato para 2026, e o silêncio de Roger Penske é, no mínimo, intrigante.
O padrão quebrado
A Penske não costuma deixar decisões sobre pilotos para a pós-temporada. Helio Castroneves e Simon Pagenaud tiveram seus destinos selados antes da última corrida. Mas, segundo o próprio Power, desta vez a resposta só virá “após o campeonato”. O que está por trás dessa demora?
Idade x Performance: o equilíbrio delicado
Aos 44 anos, Power não é mais o dominador de outrora. Sua pole em Gateway foi a primeira desde 2023, e suas sete vitórias nos últimos cinco anos (empatado com Scott McLaughlin) não impressionam tanto quanto as 17 de Josef Newgarden no mesmo período.
Mas há um detalhe crucial: consistência. Enquanto Newgarden vence muito mas oscila no campeonato (média de 5º lugar entre 2022-2024), Power mantém uma média de 4º. Em 2024, foi o único rival real de Alex Palou até um azar na última corrida derrubá-lo para o 4º lugar.
Ou seja: se a Penske quer um campeão no curto prazo, Power ainda é peça fundamental. Mas se o plano é renovar o elenco para a próxima década, a equipe pode estar buscando alternativas.
O mercado (ou a falta dele)
Aqui entra outro problema: Power não tem opções. McLaren negou rumores de interesse, Andretti e Ganassi estão com suas vagas fechadas, e as demais equipes não oferecem o mesmo potencial. Enquanto isso, a Penske pode esperar para avaliar quem brilha em 2025 antes de decidir.
Malukas é a solução?
David Malukas, hoje na AJ Foyt (afiliada à Penske), é o nome mais cotado para substituir Power. O piloto tem talento, especialmente em ovais, mas ainda é uma incógnita em equipes de ponta. Suas 67 voltas na liderança em Gateway (contra 33 em toda a carreira antes disso) foram um sinal positivo, mas será que basta?
Outros nomes como Rinus VeeKay (em boa fase na Dale Coyne) e os pilotos da Prema (Shwartzman e Ilott) são apostas interessantes, mas nenhum deles parece pronto para um assento na Penske hoje.
O fator Cindric
A saída de Tim Cindric (presidente da equipe) após o escândalo das qualificações das 500 Milhas de Indianápolis complica o cenário. Power está negociando diretamente com Roger Penske, e a reorganização interna pode estar atrasando a decisão. Será que o novo líder da equipe terá voz nisso?
O que pesa a favor de Power?
Além dos resultados, há o fator entretenimento. Power é um dos personagens mais autênticos do grid: das polêmicas (como o incidente com Kyle Kirkwood em Detroit) ao inusitado (sua amizade com Flavor Flav, do Public Enemy), ele movimenta as redes e dá o que falar.
Veredito: renovação ou adeus?
Se a Penske priorizar resultados imediatos, Power deve ficar. Se optar por um projeto de longo prazo, Malukas ou outro jovem podem ganhar a vaga. Mas uma coisa é certa: essa indefinição é o tempero que a “silly season” da Fórmula Indy precisava.
E você, leitor? Acha que a Penske deve manter Power ou arriscar em um novo talento?
Fonte: Jack Benyon (The Race)
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