CUSICK DESANIMA COM CHARTERS E VÊ NOVO CARRO SÓ PARA 2028

Foto: Penske Entertainment: Joe Skibinski

  • Léo "Rock" Alves
  • 10 de junho de 2025

Parceiro da Dreyer & Reinbold nas 500 Milhas de Indianápolis, Don Cusick critica sistema de franquias e adia planos de temporada completa na Indy. Categoria também pode atrasar novo chassi

O cenário para novos times na Fórmula Indy não é dos mais convidativos. Pelo menos é o que afirma Don Cusick, sócio da Cusick Motorsports, que atualmente disputa apenas as 500 Milhas de Indianápolis em parceria com a Dreyer & Reinbold Racing. Em entrevista à Autoweek, Cusick fez duras críticas à introdução do sistema de charters (franquias) nesta temporada e revelou que o novo carro da Indy, prometido para 2027, deve ficar para 2028 — “se acontecer”, como ele próprio frisou.

Uma barreira chamada charter

A adoção do modelo de charters, semelhante ao da NASCAR, impôs um teto de 25 equipes com direito garantido ao grid nas corridas da Indy. Isso significa que equipes sem franquia, como a Cusick, têm que disputar duas vagas restantes com outras estruturas independentes — o que complica os planos para uma temporada completa.

“Queríamos disputar a temporada toda da Indy. Mas é um grande compromisso financeiro e não tem sido fácil encontrar patrocinadores como eu imaginava”, disse Cusick. “Há uma enorme diferença entre US$ 1,3 milhão para as 500 Milhas e algo entre US$ 8 a US$ 10 milhões para o campeonato inteiro.”

Ele ainda completou: “Dennis [Reinbold] e Brett [DeBord] estão tentando fazer três ou quatro corridas, mas está mais difícil com os charters e esse tipo de coisa.”

Novo carro: mais um atraso?

Em janeiro, Cusick havia dito ao IndyCast Brasil que sua meta era estar na Indy em tempo integral a partir de 2027, aproveitando o lançamento do novo carro da categoria. Mas o dirigente norte-americano agora revelou que esse cronograma mudou — ou pior, continua incerto:

“O plano era disputar a temporada completa em 2027, com o novo chassi da Indy, mas agora essa mudança não vai acontecer até 2028 — se acontecer. Isso continua sendo adiado.”

Essa revelação alimenta o clima de incerteza em torno do futuro da Indy. A categoria ainda corre com o mesmo chassi Dallara DW12 desde 2012, embora tenha passado por atualizações como o kit aerodinâmico universal em 2018 e a introdução do aeroscreen em 2020. Agora, com o aguardado pacote híbrido estreando justamente neste ano, a expectativa era de que um novo carro completasse a renovação técnica. Mas ao que tudo indica, esse futuro ainda está distante.

Foco na base

Diante desse cenário, a Cusick Motorsports já projeta outra estratégia: disputar a Indy NXT em 2026, com dois carros. A ideia é manter-se ativo e preparar o terreno para uma eventual entrada na categoria principal quando as condições forem mais favoráveis.

“O pensamento agora é talvez disputar a Indy NXT em tempo integral no ano que vem, com dois carros, e correr apenas as 500 Milhas na Indy. Assim vamos construindo nossa base até encontrarmos uma oportunidade”, afirmou.

Enquanto isso, a Indy segue em 2025 com um campeonato de alto nível técnico, mas cada vez mais fechado aos novos participantes. A etapa de Gateway, neste domingo às 21h (horário de Brasília), com transmissão da TV Cultura (site e CulturaPlay), Disney+ e ESPN4, será mais um capítulo da temporada que pode, no futuro, ser lembrada como a última de uma era — ou a primeira de uma nova, se os planos finalmente saírem do papel.

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