AUDIÊNCIA RECUA EM ROAD AMERICA MESMO COM PROVA DE TIRAR O FOLEGO

Foto: Penske Entertainment: James Black

  • Léo "Rock" Alves
  • 25 de junho de 2025

Corrida vencida por Alex Palou tem queda de público em relação a 2024, mas FOX segue comemorando tendência positiva na temporada

Após três provas consecutivas acima da marca de 1 milhão de espectadores — Indianápolis, Detroit e Gateway —, a Fórmula Indy viu sua audiência cair com o GP de Road America, vencido por Alex Palou. A corrida, exibida pela FOX no domingo, atraiu média de 781 mil telespectadores, número 10% inferior ao de 2024, quando 863 mil pessoas assistiram à vitória de Will Power pela NBC.

O dado representa um freio na sequência positiva da categoria na TV aberta, especialmente depois de bons números em eventos estratégicos como a estreia noturna em Gateway. Ainda assim, o pico de audiência em Road America chegou a 934 mil espectadores, registrado entre 15h30 e 15h45 (horário do leste dos EUA), já no fim da prova.

Segundo a FOX, o panorama geral da temporada é animador. O canal afirma que a média de 2025, sem contar a Indy 500, está 25% acima do índice do ano passado, que era de 626 mil espectadores nas transmissões combinadas de NBC, USA Network e CNBC.

Uma montanha-russa chamada FOX

A mudança da categoria para a FOX em 2025 trouxe uma nova dinâmica para a medição de audiência. A emissora aposta em transmissões na TV aberta para atrair um público mais amplo, e, apesar das oscilações, os resultados em alguns eventos têm agradado os executivos da Penske Entertainment.

O GP de Gateway, por exemplo, superou as expectativas ao manter a audiência acima de 1 milhão em pleno domingo à noite — um novo experimento da categoria. Já Road America, com uma prova marcada pelo calor extremo e menor apelo comercial em comparação com etapas urbanas, mostrou que ainda há desafios no novo modelo.

No fim das contas, a direção da Indy vê com bons olhos os números até aqui. O próprio presidente da Penske Corporation, Bud Denker, já defendeu mais corridas aos domingos à noite e enxerga o crescimento entre o público jovem como um sinal promissor.

A oscilação registrada em Road America, portanto, é mais um capítulo dessa temporada de testes e ajustes — com a FOX apostando em regularidade, enquanto a Indy tenta descobrir qual receita funciona melhor para manter o público fiel.

AUDIÊNCIA NA TV BRASILEIRA

No Brasil, durante a transmissão do GP de Road America da Fórmula Indy no último domingo (22), a TV Cultura marcou apenas 0,2 ponto de audiência na Grande São Paulo, tanto às 14h41 quanto às 16h22, segundo dados divulgados pelo perfil Bastidores da TV. Com base na métrica atualizada da Kantar Ibope, que considera 199.313 pessoas por ponto, a corrida foi acompanhada por cerca de 39.862 telespectadores na principal praça publicitária do país — um número modesto, mas que precisa ser analisado dentro do contexto do canal.

A TV Cultura, por ser uma emissora pública e educativa mantida pela Fundação Padre Anchieta, tem baixa penetração nacional e um foco programático muito distinto das redes comerciais. Seus programas raramente ultrapassam 1 ponto de audiência, mesmo nos melhores horários, justamente por se tratar de uma emissora voltada à formação cultural, educativa e informativa, com uma linha editorial que evita o apelo ao entretenimento de massa. Além disso, a estrutura da emissora é mantida com recursos do governo do Estado de São Paulo, o que limita sua capacidade de investimento em marketing e distribuição nacional.

A concorrência também foi um fator relevante no desempenho da corrida. No mesmo horário, às 14h41, a TV Globo liderava com 9,4 pontos, exibindo o “Domingão”, enquanto o SBT tinha 7,4 com o “Domingo Legal” e a Record aparecia com 4,3 com o “Cine Maior”. No pico da corrida, às 16h22, a competição era ainda mais acirrada: a Globo subia para 13,5 pontos, SBT com 6,4 e Record com 6,0, todos com atrações consolidadas e de grande apelo popular.

Apesar da audiência baixa, a exibição da Fórmula Indy em um canal como a TV Cultura representa um esforço louvável de manter a categoria viva em sinal aberto no Brasil, oferecendo uma alternativa de nicho para os fãs do automobilismo. No entanto, para que a categoria alcance relevância no país, será necessário repensar o modelo de transmissão, com foco em canais de maior alcance, ações promocionais integradas com plataformas digitais, e divulgação mais intensa junto ao público jovem e entusiasta de esportes a motor.

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