Foto: Penske Entertainment: Joe Skibinski
Veterano cumpre treino como reserva de Kyle Larson e deixa no ar se largaria mais uma vez na Indy 500
Aos 50 anos e dois anos após ter se aposentado das pistas, Tony Kanaan voltou a acelerar um carro da Fórmula Indy no Indianápolis Motor Speedway. O brasileiro completou 30 voltas nesta quinta-feira (9), durante um refresher test exigido pelo regulamento da INDYCAR, para estar apto a substituir Kyle Larson caso o norte-americano não consiga participar da largada das 500 Milhas de Indianápolis no próximo dia 25.
“Esperei 12 anos pra vencer essa corrida… dois dias a mais não são nada”, brincou o campeão da Indy 500 de 2013, em referência à espera por melhores condições climáticas desde terça-feira.
Kanaan, que hoje atua como diretor esportivo da Arrow McLaren, é o estrategista designado de Larson na corrida. Mas, caso a chuva atrase a largada da Indy 500 e force o piloto da NASCAR a viajar mais cedo para Charlotte, onde corre a Coca-Cola 600 na mesma tarde, Tony poderá assumir o cockpit do carro #17 da HendrickCars.com.
Pelas regras, caso o titular não largue, o substituto começa a prova do fim do grid – algo que Kanaan conhece bem. “Larguei em último em 2010. Mas, naquela época, eu era mais jovem”, disse, rindo. Prestes a completar 51 anos, ele sabe que a decisão não é só dele. “Vou ter que conversar com minha outra chefe”, disse, olhando para a esposa Lauren.
Mesmo sem planos de voltar ao grid em definitivo, o reencontro com o carro e a pista trouxe uma dose de nostalgia. “Foi incrível. Sou um cara de sorte. Essa pista nunca me decepcionou”, disse o brasileiro, que foi provocado por ninguém menos que seu amigo e rival de longa data, Hélio Castroneves.
“Ele me disse: ‘Fui com o pé cravado já na primeira volta’. Não podia deixar ele ter essa vantagem sobre mim”, contou Kanaan, rindo.
Na prática, o retorno não deve mudar sua rotina como chefe da equipe. Kanaan reforçou que está 100% comprometido com suas funções de gestão, e que sua eventual entrada em cena não afetará os demais pilotos da equipe – Pato O’Ward, Christian Lundgaard, Nolan Siegel e o próprio Larson. “O Tony piloto vivia estressado, sempre preocupado com resultados. Hoje estou bem com essa nova fase.”
Ainda assim, a pergunta permanece no ar: veremos Tony Kanaan alinhar pela 23ª vez no grid da Indy 500? A chance existe. E se ela se concretizar, será mais um capítulo épico em uma carreira que já inclui um título da categoria (2004), 17 vitórias, 15 poles e nove top 5 em Indianápolis – o mesmo número de Scott Dixon.
Se for mesmo a última dança, que seja com emoção. E com o pé cravado, como sempre foi.