FÓRMULA INDY 2025: ONDE FOI PARAR A EMOÇÃO?

Foto: Penske Entertainment: Paul Hurley

  • Souza
  • 12 de maio de 2025

O peso do híbrido, pneus radicais e estratégias conservadoras explicam a falta de ultrapassagens no topo da Fórmula Indy – mas há esperança?

Quatro corridas, 335 voltas e apenas uma ultrapassagem pela liderança. O início da temporada 2025 da Fórmula Indy está longe do caos eletrizante que consagrou a categoria como o “melhor grid do planeta”. Alex Palou domina (já são quatro vitórias em cinco etapas), as estratégias se uniformizaram e até os tradicionais “Duelos na última volta” sumiram. O que aconteceu?

O Peso da Tecnologia

A culpa recai sobre dois fatores: o sistema híbrido (ERS) e os pneus. O pacote híbrido, introduzido em 2024, adicionou 100 libras (45 kg) ao já pesado Dallara DW12 – agora com 1785 lbs (810 kg) sem piloto e combustível. Em termos humanos, é como correr uma maratona carregando um saco de cimento nas costas.

  • Efeito no dirigibilidade: O carro perdeu agilidade. “Antes, você dirigia no limite, com correções rápidas. Agora, qualquer deslize é lento e caro”, explica Kyle Kirkwood (Andretti).
  • O carro vira menos do que o piloto quer: Alexander Rossi (ECR) é direto: “O carro ficou cego (sem feedback) e difícil de virar. Você nem consegue provocar uma volta completa do volante se quiser”.

Pneus: A Tentativa que Deu Errado

A IndyCar pediu à Firestone pneus mais agressivos em 2025 – com alternados (vermelhos) que degradam rápido para criar estratégias ousadas. Só que:

  • Circuitos de rua (como Long Beach): Os alternados viraram “pneus suicidas”. As equipes os trocam assim que possível, eliminando variações táticas.
  • Circuitos permanentes (como Barber): Sem degradação extrema, todos adotam a mesma estratégia (3 paradas). Resultado? Tédio.

“Se todo mundo faz igual, não há ultrapassagens”, resume Kirkwood.

Falta de Acidentes (Sim, Isso é um Problema)

Sem bandeiras amarelas, não há Relargada – momentos que costumavam embaralhar o grid. Em 2025, a confiabilidade mecânica e a dirigibilidade “segura” do híbrido reduziram as zebras. Até o GP de Indianápolis, só houve uma bandeira amarela em 420 voltas!

Há Solução?

A curto prazo, pouco pode ser feito:

  • Rever os pneus: Firestone não tem estoque dos compostos de 2024.
  • Reduzir peso: O híbrido veio para ficar.

Mas há esperança:

  • A temporada de Ovais está chegando: St. Louis e Iowa, com vácuo e pit stops, podem reacender a chama.
  • Palou não é imbatível: Sua vantagem vem do estilo “suave” – se outros pilotos se adaptarem, a disputa pode apertar.

Veredito: A Fórmula Indy trocou o espetáculo por sustentabilidade. Agora, precisa achar o equilíbrio. Assista às próximas etapas na TV Cultura, ESPN4 e Disney+ para ver se a magia volta.

“Estamos dirigindo no limite, mas um limite diferente” – Alexander Rossi.

Créditos: Adaptado de Marshall Pruett (RACER.com).

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