UM ESPETÁCULO DE IMAGENS

  • Léo "Rock" Alves
  • 13 de abril de 2025

Câmera “Driver’s Eye” voltará a ser usada pela primeira vez desde 2002 na Fórmula Indy durante a corrida deste domingo

Uma “novidade” tecnológica vai marcar a etapa de Long Beach neste domingo (13): a câmera “Driver’s Eye”, desenvolvida pela Racing Force Group (RFG), será utilizada pela primeira vez desde 2002 em uma corrida da Fórmula Indy. A estreia será na transmissão da FOX Sports, com imagens ao vivo de dentro dos capacetes de Kyle Kirkwood, Pato O’Ward, Will Power e Felix Rosenqvist — todos com o sistema já testado durante os treinos e classificação.

Na temporada de 2002 da CART (Championship Auto Racing Teams), A Visor Cam foi uma inovação tecnológica que proporcionou aos telespectadores uma experiência visual inédita, ao capturar imagens diretamente da perspectiva do piloto por meio de uma microcâmera instalada na parte frontal externa do capacete, geralmente no centro da viseira. Embora analógica e com resolução modesta pelos padrões atuais, a câmera oferecia uma visão imersiva do cockpit, das mãos do piloto no volante e da pista à frente, aumentando a sensação de velocidade e realismo nas transmissões. Pilotos como o brasileiro Tony Kanaan, utilizaram a tecnologia, que apesar de bem recebida pelo público, enfrentava limitações como vibrações excessivas, qualidade de imagem inferior às onboard tradicionais e leve desconforto causado pelo peso extra. Ainda assim, a Visor Cam deixou um legado importante, sendo precursora de sistemas modernos como a Driver’s Eye, atualmente utilizada na Fórmula Indy com câmeras miniaturizadas, em HD, instaladas dentro do acolchoamento do capacete e conectadas ao carro por um único cabo para transmissão, energia e controle, elevando ainda mais o nível da imersão televisiva nas corridas.

A tecnologia já é conhecida dos fãs da Fórmula 1, Fórmula E e da NASCAR, e agora chega à Indy em uma versão adaptada ao carro Dallara DW12 com aeroscreen, exigindo um trabalho de reengenharia completo para se adequar à estrutura do cockpit e aos sistemas embarcados.

“A gente sabia o que queria e como conseguir, mas não imaginávamos o quanto seria necessário adaptar o sistema ao carro da Indy”, disse Michael Davies, vice-presidente executivo de operações de campo da FOX Sports. “Nada relacionado aos capacetes, isso é fácil. O desafio era encaixar tudo no carro.”

Segundo Alex Haristos, COO da Racing Force Group, o segredo está na miniaturização. A câmera pesa apenas 1,4 gramas e mede 9×9 milímetros, sendo instalada discretamente entre as espumas do capacete. Todo o resto — alimentação, transmissão e controle — é gerenciado por um único cabo que conecta o sistema ao carro.

“A câmera está dentro do capacete, atrás da viseira, com tear-offs e o aeroscreen à frente”, explicou Haristos. “Controlar exposição, foco, balanço de branco… é muito mais difícil do que com as câmeras externas. Mas o objetivo é que, na imagem final, você nem perceba a cor da viseira, porque tudo foi ajustado perfeitamente.”

Além do grande desafio técnico, há também a preocupação com segurança, que exige que qualquer equipamento no capacete seja o mais leve e pequeno possível.

A estreia em Long Beach é apenas o começo. A expectativa é que a “Driver’s Eye” tenha uso ainda mais amplo nas próximas etapas — especialmente durante o mês de maio, com a programação das 500 Milhas de Indianápolis.

“Ainda temos muito a aprender”, disse Davies. “Mas estamos confiantes. Esse tipo de inovação é o que queremos trazer para a transmissão. A ‘Driver’s Eye’ vai ser destaque nas semanas de corrida da Indy.”

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