St. Petersburg, O Renascimento da Fórmula Indy?

Foto: Chris Jones/IMS Foto

  • Souza
  • 6 de março de 2025

Se há algo que define o automobilismo, é a capacidade de surpreender. E o Grande Prêmio de St. Petersburg, que abriu a temporada 2025 da Fórmula Indy, foi uma dessas raras ocasiões em que o esporte não apenas surpreendeu, mas também reacendeu a esperança de um futuro brilhante. O evento foi, sem dúvida, o melhor início de temporada em anos – e talvez um marco histórico para a categoria.

Desde o primeiro dia, o clima foi diferente. A sexta-feira parecia um sábado, o sábado tinha a energia de um domingo, e o domingo? Bem, o domingo foi algo que não se via em St. Petersburg há décadas. A atmosfera era eletrizante, com uma presença de público que só crescia a cada hora. E não era qualquer público: jovens, famílias, mulheres de todas as idades – uma diversidade que a Fórmula Indy tanto almeja para expandir sua base de fãs.

Marshall Pruett, disse: “Lembro-me dos tempos áureos, quando nomes como Dario Franchitti, Dan Wheldon, Tony Kanaan e a icônica Danica Patrick dominavam as pistas. Naquela época, a parceria com a American Le Mans Series (precursora da IMSA) elevava o evento a outro patamar. Mas, mesmo com toda a nostalgia, o que vi em St. Petersburg este ano foi diferente. Era como se a categoria tivesse redescobrido sua essência, atraindo uma nova geração de fãs sem perder o charme que conquistou os mais antigos”.

Marshall Pruett, continuou: “Um dos pontos altos foi a visível presença feminina. Em décadas cobrindo corridas, nunca havia visto tantas mulheres no paddock, nas arquibancadas e até mesmo nas filas intermináveis das sessões de autógrafos. É um sinal claro de que a Fórmula Indy está, finalmente, se tornando mais inclusiva e atraente para um público que vai além dos tradicionais entusiastas do automobilismo.”

Mas será que St. Petersburg foi um caso isolado ou o início de uma transformação? Ainda é cedo para dizer. O próximo desafio será em Long Beach, onde a IMSA também estará presente, celebrando o 50º aniversário do evento. Se o clima de St. Pete se repetir, poderemos estar testemunhando o início de uma nova era para a categoria.

A FOX, nova parceira de transmissão, merece crédito por ajudar a criar essa onda de otimismo. A audiência televisiva foi um dos grandes destaques, com 1,417 milhão de espectadores (nos EUA) – o maior número em 14 anos para uma corrida que não seja as 500 Milhas de Indianápolis. Isso, somado ao aumento de 15% nas vendas de publicidade, mostra que a Fórmula Indy está, finalmente, ganhando tração.

No paddock, o clima também era de entusiasmo. Proprietários de equipes e pilotos, que costumam chegar reclamando das más promoções e dos problemas estruturais da categoria, estavam visivelmente mais animados. Claro, ainda há desafios a serem enfrentados, mas nada que tirasse o brilho do evento.

St. Petersburg foi, acima de tudo, uma prova de que a Fórmula Indy pode ser vibrante e relevante. A união entre a categoria, as equipes, os patrocinadores e a nova emissora mostrou que, quando todos remam na mesma direção, os resultados aparecem. E, se o sucesso de Daytona (com o Rolex 24) e St. Pete são indicativos, o automobilismo norte-americano pode estar vivendo um renascimento.

Agora, é torcer para que essa maré positiva continue. Long Beach será o próximo teste. E, se a Fórmula Indy conseguir replicar o sucesso de St. Petersburg, poderemos estar diante de um momento histórico – não apenas para a categoria, mas para o automobilismo como um todo. O futuro parece promissor.

Reprodução: Racer

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