
Fórmula Indy Investiga Problemas no Sistema Híbrido em Thermal
Glitches no ERS afetaram pilotos, especialmente os da Chevrolet, e preocupam para Long Beach
A estreia do sistema híbrido na Fórmula Indy teve mais drama do que se esperava no GP de Thermal, deixando a categoria e as equipes em alerta. A nova tecnologia, que combina um motor gerador (MGU) e um sistema de armazenamento de energia (ESS), apresentou falhas desde os treinos, levando algumas equipes a trocarem seus componentes elétricos antes da corrida.
O principal problema esteve no sistema de fiação interna, que se desconectava dos conectores militares do carro, desativando o sistema de recuperação de energia (ERS). Para piorar, no domingo, diversas unidades superaqueceram e forçaram os pilotos a correrem sem a potência extra fornecida pelo híbrido.
Entre os mais afetados, a Chevrolet sofreu mais que a Honda, com pilotos como Alexander Rossi, Pato O’Ward e Scott McLaughlin relatando dificuldades. A categoria agora investiga as causas dos problemas para evitar novos contratempos na etapa de Long Beach, em abril.
Falhas elétricas e superaquecimento
Segundo Marshall Pruett, da RACER, os problemas começaram já na sexta-feira. Rossi foi o primeiro a enfrentar falhas nos treinos, com sua unidade híbrida apresentando defeitos sucessivos. A equipe precisou trocar o sistema duas vezes antes da classificação.
O sábado trouxe um alerta técnico da IndyCar: as equipes foram informadas sobre um erro no chicote elétrico que fazia a fiação se soltar dos conectores. “Era um conserto simples, mas exigia desmontar o carro para acessar a fiação e reconectar, além de usar uma abraçadeira para fixá-la”, explicou Mark Sibla, vice-presidente sênior de competição e operações da IndyCar.
Se os problemas elétricos já preocupavam, o domingo revelou uma falha ainda mais grave: o superaquecimento do sistema híbrido. Os pequenos radiadores adicionais usados para resfriar o ERS não estavam recebendo ventilação suficiente, levando o sistema a entrar em “modo de proteção”.
Pato O’Ward, que largou na pole, sofreu com a falha. “Só consegui usar o híbrido em metade da corrida”, lamentou o piloto da McLaren. Seu companheiro, Christian Lundgaard, relatou o mesmo problema. A equipe reconheceu que usou muitos bloqueadores de fluxo de ar, prejudicando a refrigeração.
Santino Ferrucci, da AJ Foyt Racing, também foi vítima do superaquecimento. “Foi frustrante perder o híbrido por superaquecimento, mas não fomos os únicos a passar por isso”, disse o piloto.
Já Scott McLaughlin, da Penske, ficou parado nos boxes por várias voltas tentando reiniciar o sistema, após uma falha crítica no motor gerador.
Investigação e próximos passos
A IndyCar agora corre para entender todas as falhas antes de Long Beach. De acordo com Sibla, o sistema híbrido tem um mecanismo de proteção térmica que reduz a potência quando atinge 50°C e desativa completamente quando chega a 52,5°C. Como as equipes podem configurar o fluxo de ar de maneiras diferentes, algumas estratégias acabaram levando os componentes à temperatura crítica.
Além disso, dois casos ainda estão sob análise: um erro de instalação em que um fio foi dobrado indevidamente, e outra falha que será revisada pelos engenheiros da Ilmor.
A IndyCar prometeu levar algumas unidades de volta para análise completa e promete atualizações antes da próxima corrida. Com o sistema híbrido sendo um grande diferencial técnico da temporada, a categoria precisa garantir que ele esteja 100% confiável o quanto antes.
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