Alex Palou e a arte de reinar na Fórmula Indy: um campeão que não cansa de vencer

Foto: Media Indycar

  • Souza
  • 2 de março de 2025

Se há uma pergunta que ecoa nos boxes da Fórmula Indy desde o final de 2024, é: como parar Alex Palou? O espanhol, que já coleciona três títulos na categoria (sendo os dois últimos consecutivos), parece ter transformado a busca por vitórias em uma rotina quase mecânica. E, se alguém ainda nutria esperanças de que 2025 seria o ano da virada, o Grande Prêmio de St. Petersburg, primeiro da temporada, serviu como um alerta: Palou está mais forte do que nunca.

No domingo ensolarado das ruas de St. Petersburg, o piloto da Chip Ganassi Racing deu um verdadeiro show de estratégia, velocidade e paciência. Com sua Honda número 10 patrocinada pela DHL, Palou cruzou a linha de chegada com 2,8 segundos de vantagem sobre ninguém menos que Scott Dixon, seu companheiro de equipe e hexacampeão da categoria. A vitória não foi apenas um testemunho do talento individual de Palou, mas também da maestria da equipe Ganassi, que celebrou seu primeiro 1-2 desde julho de 2023, em Mid-Ohio.

O que torna a vitória de Palou ainda mais impressionante é o contexto. Ele começou a corrida em oitavo lugar, mas uma estratégia inteligente durante o primeiro safety car (que surgiu logo na terceira volta) colocou o espanhol em posição de lutar pelo topo. Enquanto outros pilotos optaram por pneus primários, Palou e Dixon trocaram os alternados (mais aderentes, porém menos duráveis) pelos primários, uma decisão que se mostrou crucial no desfecho da prova.

Mas não pense que Palou simplesmente herdou a liderança e administrou a vantagem até o fim. Ele teve de trabalhar duro, especialmente nos in laps e out laps (as voltas de entrada e saída dos boxes), onde mostrou uma velocidade impressionante. Sua última parada, na volta 72, foi um exemplo de precisão: ele subiu para a liderança após Felix Rosenqvist fazer sua parada final e, em seguida, abriu uma vantagem significativa sobre Dixon, que enfrentou problemas de comunicação por rádio e ficou preso no tráfego.

Dixon, aliás, merece um capítulo à parte. Sem comunicação com a equipe durante as últimas 90 voltas, o neozelandês voou às cegas, mas ainda assim conseguiu superar Josef Newgarden na última volta para garantir o segundo lugar. Newgarden, que completou o pódio com a Chevrolet número 2 da Team Penske, admitiu que seu carro tinha potencial para vencer, mas falhou na execução das paradas e na gestão da estratégia.

Enquanto isso, Palou enfrentou seus próprios desafios. Nos momentos finais da corrida, ele teve de lidar com o ar turbulento do carro de Sting Ray Robb, que lutava para não ser ultrapassado. Newgarden chegou a reduzir a vantagem para menos de um segundo, mas, assim que Palou conseguiu ultrapassar Robb e limpar o caminho, o espanhol mostrou por que é o campeão: abriu uma vantagem confortável e garantiu a vitória com autoridade.

A performance de Palou em St. Petersburg não foi apenas uma demonstração de habilidade, mas também um aviso para o grid: ele está mais confiante, mais experiente e, aparentemente, mais difícil de ser batido. Enquanto isso, a Chip Ganassi Racing reafirma sua hegemonia na categoria, com dois carros no top 4 (McLaughlin, da Penske, foi quarto) e uma estratégia que parece estar sempre um passo à frente da concorrência.

E o que dizer de Pato O’Ward? O mexicano, vencedor da edição de 2024 em St. Petersburg, desta vez teve de se contentar com o 11º lugar, mas fez uma recuperação notável, subindo 12 posições após largar em 23º. Uma prova de que, na Fórmula Indy, nunca se pode subestinar ninguém.

Agora, o grid se prepara para a próxima etapa no The Thermal Club, na Califórnia, no dia 23 de março. A pergunta que fica é: alguém conseguirá frear a marcha implacável de Alex Palou? Por enquanto, o espanhol parece estar em uma liga à parte, e a temporada promete ser mais um capítulo de sua dominância. A Fórmula Indy tem um rei, e seu nome é Alex Palou.

Resultado Final:

Pos.PilotoNúmeroLargouVoltasTempoLiderouStatusPontosVelo. MédiaPit Stop
1Alex Palou10810001:51:08.511826Terminou5197.1733
2Scott Dixon9610001:51:11.37875Terminou4197.1313
3Josef Newgarden21010001:51:14.71622Terminou3697.0833
4Scott McLaughlin3110001:51:17.199640Terminou3697.0473
5Kyle Kirkwood27910001:51:19.4827Terminou3097.0143
6Marcus Ericsson28710001:51:31.5953Terminou2896.8383
7Felix Rosenqvist60310001:51:32.8013Terminou2696.8203
8Christian Lundgaard7510001:51:40.716323Terminou2596.7063
9Rinus VeeKay181210001:51:47.4561Terminou2296.6093
10Alexander Rossi202010001:51:50.8503Terminou2096.5603
11Pato O’Ward52310001:51:51.2411Terminou1996.5544
12Graham Rahal152110001:51:57.0110Terminou1896.4713
13David Malukas41710001:51:57.6618Terminou1796.4623
14Santino Ferrucci141910001:51:58.0334Terminou1696.4573
15Christian Rasmussen212410001:52:00.8953Terminou1596.4163
16Colton Herta26210001:52:01.21661Terminou1596.4113
17Conor Daly762210001:52:08.1442Terminou1396.3123
18Kyffin Simpson81510001:52:08.6819Terminou1296.3043
19Callum Ilott902710001:52:09.7427Terminou1196.2893
20Robert Shwartzman831810001:52:10.8872Terminou1096.2733
21Sting Ray Robb77269901:51:18.9181Terminou996.0513
22Devlin DeFrancesco30149901:51:36.6424Terminou895.7974
23Jacob Abel51259901:52:05.2339Terminou795.3903
24Marcus Armstrong6644600:57:39.35563Acidente786.1662
25Nolan Siegel611000:00:01.5793Acidente50.0000
26Will Power1213000:00:01.7384Acidente50.0000
27Louis Foster4516000:00:01.8981Acidente50.0000

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