
Foto: Penske Entertainment: Chris Owens
A Fórmula Indy, conhecida por sua tradição e emoção nas pistas, enfrenta um desafio que vai além das curvas e retas: a escalada insustentável de custos. Em 2024, os orçamentos das equipes dispararam, com aumentos que variam de 20% a mais de 40%, dependendo da equipe. E o pior: essa tendência parece longe de acabar.
O principal culpado? A introdução dos sistemas híbridos, que prometem modernizar a categoria, mas trouxeram consigo um aumento significativo de despesas. No entanto, a tecnologia não é a única responsável. Salários de pilotos e funcionários também estão atingindo patamares estratosféricos, pressionando ainda mais as finanças das equipes.
Zak Brown, da Arrow McLaren, relatou um aumento de 25% no orçamento, enquanto Dale Coyne, da Dale Coyne Racing, destacou que apenas o sistema híbrido custou US$ 2 milhões a mais. Mike Shank, da Meyer Shank Racing, foi ainda mais enfático: seus custos subiram mais de 40%, um valor que ele considera insustentável.
E não para por aí. A competição por mão de obra qualificada está inflacionando os salários de mecânicos e engenheiros. Larry Foyt, da AJ Foyt Racing, mencionou que a equipe precisou pagar valores exorbitantes para atrair profissionais, enquanto Bobby Rahal, da Rahal Letterman Lanigan Racing, criticou a “farra de gastos” de algumas equipes, como a Andretti Global, que elevou os salários de pilotos a patamares nunca antes vistos na categoria.
A Andretti, com Colton Herta recebendo supostamente U$ 7 milhões por temporada, virou o novo padrão. Agora, pilotos que antes custavam U$ 1,5 milhão agora estão sendo contratados por valores três ou quatro vezes maiores. E, claro, isso afeta todo o grid.
Mas o que isso significa para o futuro da Fórmula Indy? A categoria está em uma encruzilhada. Por um lado, a modernização é necessária para se manter relevante em um mundo cada vez mais tecnológico. Por outro, o aumento dos custos pode afastar equipes menores e comprometer a competitividade do campeonato.
Na minha opinião, a Fórmula Indy precisa urgentemente de um ajuste de rota. A introdução de novas tecnologias é bem-vinda, mas não pode vir à custa da sustentabilidade financeira das equipes. A categoria sempre foi um espaço democrático, onde times menores podem sonhar com vitórias. Se isso se perder, parte da essência da Fórmula Indy se perderá se perder.
Enquanto isso, os proprietários das equipes se preparam para mais um ano de desafios. Com o início da temporada 2025 se aproximando, muitos já preveem novos aumentos nos orçamentos. E, como bem resumiu Dale Coyne: “Nada nunca diminui. O preço da gasolina diminuiu? Não. Então, por que nossos custos diminuiriam?”
A Fórmula Indy está em um momento muitas mudanças. Resta saber se a categoria conseguirá equilibrar inovação e custos, ou se veremos uma divisão cada vez maior entre os “grandes” e os “pequenos” do grid.
Informações: Racer