INDY QUER BRILHAR NA FOX, E A APOSTA É ALTA

  • Léo "Rock" Alves
  • 15 de janeiro de 2025

A Fórmula Indy precisa se vender melhor. Isso é um fato. Mas, ao que tudo indica, a FOX Sports entendeu essa necessidade e está apostando pesado. A exibição de um comercial de 45 segundos durante os playoffs da NFL, destacando Josef Newgarden, foi uma jogada ousada e certeira. Afinal, se há um lugar para chamar atenção do público americano, esse lugar é o intervalo de um jogo da NFL.

Os pilotos gostaram – e muito. Conor Daly foi direto ao ponto:

“Colocou um sorriso no rosto de todo mundo. Temos que transformar pilotos em estrelas, né? O Josef já é uma, e agora tem até gente que não gosta dele por causa disso. Mas, olha, isso (o compromisso da FOX) é uma grande coisa para nós.”

Daly entendeu o recado. A Fórmula Indy precisa de nomes fortes, protagonistas que transcendam a bolha do automobilismo. Se Newgarden pode ser esse cara, a FOX parece disposta a ajudar.

O comercial destacou a emoção da categoria, terminando com a frase “A corrida mais rápida da Terra”. Santino Ferrucci chamou o vídeo de “forte”, Graham Rahal de “fenomenal”. Mas a cereja do bolo foi a aparição de Tom Brady. Para Rahal, isso validou a Indy em outro nível:

“Ter o Tom Brady nesse comercial valida o esporte inteiro. Esse é o maior nome que você pode conseguir em termos de reconhecimento internacional e nacional.”

E a FOX não parou por aí. Michael Strahan, ex-astro da NFL e apresentador renomado, será o piloto do Pace Car nas 500 Milhas de Indianápolis. O anúncio veio em outro programa de grande audiência da liga de futebol americano, mostrando que a emissora quer mesmo inserir a IndyCar na cultura esportiva americana.

Alexander Rossi tem uma visão pragmática:

“Um comercial com o Josef, o Pato (O’Ward) ou o Alex (Palou) vai mudar a percepção do público sobre a Indy? Não. Mas é um passo enorme na direção certa. Esse tipo de marketing inovador e descolado era exatamente o que precisávamos.”

FOX investe, mas a transmissão ainda tem pontos de interrogação

Além da campanha de marketing, a FOX Sports também anunciou sua equipe de transmissão. Will Buxton, James Hinchcliffe e Townsend Bell comandarão a narração e os comentários das corridas. Buxton, famoso por sua cobertura da Fórmula 1, chega com credibilidade, mas será que conseguirá capturar a essência da Indy?

O trio parece bem montado, mas há incertezas. Por enquanto, não há repórteres de pista confirmados, e dois pilotos da Dreyer & Reinbold, Ryan Hunter-Reay e Jack Harvey, já manifestaram interesse nas vagas. Hunter-Reay acredita que tem a bagagem certa:

“Já fiz um pouco de trabalho na TV, algumas reportagens nos boxes e comentários na cabine. Depois de 20 anos correndo, acho que tenho uma perspectiva única para contribuir.”

Harvey também vê com bons olhos a ideia:

“Eu disse que adoraria fazer parte disso. Se vai acontecer ou não, não está nas minhas mãos.”

A FOX ainda tem peças para encaixar no quebra-cabeça da transmissão, mas uma coisa é certa: há um comprometimento maior do que a Indy viu nos últimos anos.

Daly volta ao grid e Power se movimenta nos bastidores

Enquanto a categoria se agita fora das pistas, Conor Daly comemora seu retorno como piloto titular. O simples fato de finalmente ter um assento novo já é motivo de alegria:

“Meu banco estava me matando nos últimos anos, mas, adivinha? Fazer um novo custa dinheiro, e nenhum time para o qual corri uma prova isolada ia gastar com isso. Agora posso ter meus próprios encaixes no volante. Isso faz diferença.”

Pequenos detalhes que, na Indy, podem significar muito.

Já Will Power está pensando no futuro. O bicampeão da Indy agora tem um empresário – e não qualquer um. Ele se juntou à A14 Management, empresa liderada por Fernando Alonso e Oriol Servià. Com isso, Power pode estar de olho em uma vaga nas 24 Horas de Le Mans.

“Ter o Alonso ao lado pode abrir portas. Vamos ver o que acontece.”

O novo ciclo da Indy começa a tomar forma

A temporada 2025 da Fórmula Indy ainda está longe, mas os primeiros movimentos da FOX já geram impacto. A emissora parece realmente disposta a elevar a categoria para outro patamar. O comercial na NFL, a aposta em nomes como Buxton e Strahan e o compromisso com transmissões na TV aberta são sinais animadores.

Agora, resta saber se essa nova era conseguirá transformar não só os pilotos em estrelas, mas a própria Indy em um fenômeno maior do que tem sido nos últimos anos. O caminho parece certo. A execução, essa sim, será o grande desafio.

A contagem regressiva já começou.

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